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Mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal de Sergipe/Brasil, é graduado em Radialismo pela mesma universidade Federal. É especialista e tem interesses de pesquisas e estudos em Cinema (sobretudo, o brasileiro), Política e Pornografia. Filiado à Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

Artigos deste autor:

Cinema
Wesley Pereira de Castro

“A lei das ruas é olhar, ouvir… e ficar calado!”, ou de quando precisamos saber a hora de parar…

Dentre os títulos que puderam ser conferidos de maneira virtual, na quadragésima sexta edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, recomendamos o longa-metragem mexicano “As Hostilidades” (2021, de M. Sebastián Molina), sobre a crescente ação dos traficantes no povoado de Santa Lucia, onde vive a família do realizador. Em pouco menos de setenta minutos de duração, o diretor entrevista vários de seus parentes, que falam sobre as transformações ocorridas na cidadezinha em que vivem, agravadas pelas ações dos cartéis de drogas. Apesar da indução temerosa de certo pessimismo, o documentário possui diversos instantes de beleza, proporcionados pelos olhares graciosos e pelos sorrisos de crianças que brincam de maneira entusiasmada, alheias às preocupações dos adultos.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Nós somos de gerações diferentes: eu amo Caetano Veloso; ele ama Taylor Swift”: a subjetividade enquanto voto suprapartidário

Contando com o subtítulo “A Frágil e Catastrófica Masculinidade de Bolsonaro”, este documentário é, na verdade, um relato sobre as experiências íntimas do realizador em relação à assunção de sua própria homossexualidade. A narração em tom merencório possui crucial importância na organização dos efeitos emocionais que desejam ser imputados no espectador. Porém, além da dicotomia genérica entre esquerda X direita, há outra bem maior nas entrelinhas de cada situação analisada: as conotações classistas, ainda que os embates inevitáveis entre ricos e pobres pareçam oportunamente escamoteados pelas alegadas boas intenções do diretor…

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

Acerca de obituários em setembro (ou “quem lê tanta notícia?”)

A despeito de sua idade mui avançada, Jean-Luc Godard [1930-2022] continuava ativo, realizando obras que enchiam os críticos de deleite, ainda que fosse requerida uma carga considerável de erudição literária para compreender as suas referências. Nalgum sentido, o diretor permaneceu anacrônico, malgrado saber reinventar-se muito bem, a ponto de ser regularmente considerado “à frente de seu tempo”. Chegou até a encetar um filme com a um uso subversivo das técnicas de terceira dimensão e, recentemente, compartilhou uma ‘live’ via telefone celular. Trata-se de um cineasta inequivocamente vanguardista, portanto. Verbo no presente.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Muito pior é a monocultura de mentes, com a propaganda como agrotóxico!” (a propósito de mais um documentário)

A TV Globo esforça-se para obnubilar a perseguição que desferiu contra o líder do Partido dos Trabalhadores, novamente concorrendo à presidência do Brasil. Numa entrevista ocorrida em 25 de agosto de 2022, no “Jornal Nacional”, quiçá o noticiário televisivo mais influente do país, foi difundido que o ex-presidente não está em débito com a Justiça Brasileira. E é nesse contexto que “A Fantástica Fábrica de Golpes” (2022 , de Valnei Nunes & Victor Fraga) é lançado!

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

Acerca dos gritos de “Fora, Bolsonaro!” no Festival de Cinema de Gramado: quando a Arte vence, há resistência!

Os discursos dos premiados foram unânimes no repúdio ao atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que desvaloriza a diversidade cultural do país em suas intervenções de extrema-direita. A quase totalidade dos profissionais que foram focalizados pelas câmeras que transmitiam o evento foram flagrados difundido o seu apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, o que é metonimizado através de um gesto com as mãos, que imita a letra L.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Sem Carnaval, não se pode reiniciar a vida cotidiana”, ou uma tentativa de (re)afirmar-se, para além da polarização político-partidária

A extrema-direita segue disseminando-se em vários países, na contemporaneidade. E, de forma tão discreta quanto intensiva, é isso que percebemos nas entrelinhas do documentário “Terminal Norte” (2021, de Lucrecia Martel), através do viés exaltador que salta aos ouvidos na música de resistência composta e cantada pelas personagens escolhidas pela diretora, que demonstram-se contestatórias pela simples existência!

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Arts
Wesley Pereira de Castro

“Colhendo cerejas com as bordas da saia”: o experimentalismo enquanto religião, a sensualidade como modo de vida!

Autodefinido como “um evento que visa fomentar a cultura do audiovisual, através de experiências que questionam a noção e produção da imagem em movimento”, o Festival Ecrã chegou à sua sexta edição em 2022, com duas etapas de exibição das obras: uma presencial, no Rio de Janeiro, entre os dias 01 e 10 de julho; e outra virtual, entre os dias 16 e 24 do mesmo mês. Na ocasião, estrearam várias produções brasileiras e internacionais, que tinham em comum a associação com o rótulo “experimental”.

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Artigo Generalista
Wesley Pereira de Castro

“Para os jacarés, o restaurante estará disponível assim que aterrissarmos!” – ou porque precisamos falar sobre os ditos “filmes ruins”!

A despeito da tendência predominante em classificar os filmes em meramente bons e ruins, atribuindo-lhes cotações reducionistas que não levam em consideração as inúmeras possibilidades entre um e outro adjetivo, convém investigarmos as produções que vemos (e debatemos) de maneira orgânica, enfatizando o que pode ser apreendido das experiências espectatoriais. Trata-se de um conselho legitimamente bazaniano, que explica o porquê de obras defenestradas em seu lançamento converterem-se em objetos de culto, anos depois. Talvez seja o caso aqui.

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Arte
Wesley Pereira de Castro

“Mas, afinal, quem vive?”, ou o que pode ser dito sobre uma obra que fala tudo?

Aprioristicamente, não há mais nada a ser acrescentado às variegadas análises que foram feitas sobre este clássico inicialmente subestimado da cinematografia estadunidense. Quando foi lançado, ele resultou num fracasso de bilheteria, o que foi ressignificado a posteriori, quando veio à tona a versão particular do diretor, sem a narração em ‘off’ e o final feliz imposto pelos produtores. Os críticos ocuparam-se em diagnosticar a genialidade da obra, que converteu-se em objeto de culto. E, quanto mais revemos este extraordinário filme, mais descobrirmos algo sobre ele – e, por extensão, sobre nós mesmos…

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Tão estúpido e ignorante – e, ainda assim, amado por alguém”: ou de como sentimo-nos diante da genialidade joyceana!

É mui aplaudível que algum cineasta ouse adaptar o mais famoso livro de James Joyce, o que foi feito esplendidamente pelo norte-americano Joseph Strick [1923-2010], num filme que recebeu a capciosa tradução de “A Alucinação de Ulisses” (1967). Por causa da audácia demonstrada pelo realizador, junto ao co-roteirista Fred Haines [1936-2008], este filme mereceu a indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Não foi laureado, infelizmente, e causa estranhamento que este petardo fílmico não seja melhor conhecido. Falemos um pouco sobre ele, daqui por diante…

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Música
Wesley Pereira de Castro

Uma canção para a mamãe enquanto hino de vitória: sim, isso é algo absolutamente político!

No dia 14 de maio de 2022, quando ocorreu a Grande Final da sexagésima sexta edição do concurso de canções Eurovision, a banda ucraniana Kalush Orchestra teve uma vitória esmagadora, com a canção “Stefania”. Apesar de ter ficado em mero quarto lugar após a apuração dos votos dos júris nacionais, a participação do público foi decisiva: mais de quatrocentos pontos foram obtidos através dos televotos, de modo que a diferença entre o primeiro colocado e o segundo (no caso, o candidato do Reino Unido, Sam Ryder, e sua canção “Space Man”) foi acachapante. A Ucrânia ganhou de lavada!

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Arte
Wesley Pereira de Castro

“Este é o fim de uma história de amor e dever, em que o dever prevaleceu”: sempre é tempo de falar do que é importante (em todos os sentidos do termo)!

Os dez primeiros episódios da primeira temporada de “The Crown” foram escritos pelo dramaturgo Peter Morgan, que demonstra um nível absoluto de excelência no modo como transita por diferentes gêneros e como biografa alguns personagens que ainda estão vivos – e que poderiam censurar o seu manuseio enredístico de acontecimentos reais. A direção dos episódios, porém, coube a realizadores distintos, o que engendra uma espécie de irregularidade entre os primeiros e os derradeiros episódios, já que a glória vislumbrada no início cede progressivamente espaço aos dilemas entre público X privado no desfecho.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“A pandemia prejudicou o mercado imobiliário: os imóveis estão bem mais baratos que no ano passado”, ou que ótimo e horroroso filme!

Quem adentra a sessão de “A Tristeza” (2021, de Rob Jabbaz) sem saber especificamente do que se trata – caso isso seja possível – pensará tratar-se de uma abordagem existencial sobre a vida pré-matrimonial (o que, de certa forma, procede): somos apresentados a um casal jovem e bonito, que acorda antes mesmo do despertador tocar. Trocam carícias e declaram amor duradouro, até que surge um dissabor inevitável: ela quer viajar nas férias exíguas de que dispõe, enquanto ele recusa, pois aceitara um trabalho importante, no mesmo período. É essa a tristeza enfatizada no título do filme? Sim e não…

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Desculpe-me se não te estendo a mão, mas eu venho do estábulo”, ou: mesmo quando é triste, podemos dizer que é ‘gay’?

Realizado em homenagem ao cineasta existencialista Valerio Zurlini [1926-1986], “O Sabor do Grão” (1986, de Gianni Da Campo) possui uma seqüência breve mas deveras assertiva, no que tange à definição de seus interesses: o diálogo em que o diretor da escola em que o protagonista trabalha o repreende por apresentar o romance ‘Cronaca Familiare’ (escrito por Vasco Pratolini, em 1947) para os seus alunos, alegando que este livro requer uma maturidade emocional que não corresponde àquela demonstrada pelos adolescentes matriculados. Não por acaso, este romance foi justamente adaptado por Valerio Zurlini, sob o título “Dois Destinos” (1962). Tudo se interliga, afinal.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

… e se te disserem que desgostas dos filmes de Oscar Micheaux porque foste condicionado para tal?

Após trabalhar como carregador de trens, onde interagia com passageiros ricos e brancos, Oscar Micheaux foi exitoso na aquisição de alguns bilhetes que loteria que garantiram-lhe alguns lotes de terra no Estado norte-americano de Dakota do Sul. Logo estava publicando seus próprios romances e iniciando a realização de filmes mudos, entre eles “Dentro de Nossos Portões” (1920). Os embates raciais eram evidentes em seus enredos, mas ele também ousava tematizar as traições cometidas por determinados membros das comunidades negras, como ocorre com o protagonista de “Corpo e Alma” (1925), um presidiário em fuga que finge ser um reverendo, a fim de usurpar o dinheiro dos fiéis. Trata-se de um de seus melhores filmes, inclusive.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Contra o ‘terror branco’, responderemos com o ‘terror vermelho’”/ “Na Rússia, tudo de importante é decidido em Moscou”: entre uma e outra frase, mais de cem anos!

Apesar de serem produzidos em circunstâncias absolutamente distintas, os filmes aqui analisados possuem uma condução histórico-narrativa que flerta com a linguagem jornalística. Se a produção vertoviana é um predecessor do que veio a ser conhecido como cinejornalismo, o outro documentário assume isso de maneira explícita, visto que é produzido pelo canal televisivo norte-americano CNN. Nos dois casos, deparamo-nos com estratégias propagandísticas, que visam à legitimação do que é proferido por seus personagens reais.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

E quando o pretenso discurso antipropagandístico é também propagandístico, o que a gente faz? [observação: tudo o que fazemos é político!]

Fingindo ser uma realização norte-coreana contrabandeada internacionalmente, “Propaganda” (2012, de Slavko Martinov) serve-se de vasto material de arquivo para expor as limitações democrático-midiáticas ocidentais, a partir de uma crítica incisiva ao modelo imperialista de dominação cultural estadunidense. A fim de hipertrofiar o seu charme denuncista, não há créditos internos, de maneira que o mito da difusão clandestina da produção é reiterado…

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Quando eu paro de pensar no futuro, eu volto ao presente”: sobre as verdades que precisam ser vistas, ouvidas e sentidas!

Quem pôde participar da conferência de imprensa que anunciou a programação do festival É Tudo Verdade, assistiu em primeira mão a “Diários de Mianmar” (2022), documentário creditado ao Coletivo Cinematográfico de Mianmar (antiga Birmânia), e que foi recentemente premiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim. A opção pela ausência de créditos individuais tem a ver com as perseguições sofridas por quem ousa documentar os abusos de poder cometidos pelo general Min Aung Hlaing, que tomou definitivamente o poder no país, através de um golpe de estado, em 01 de fevereiro de 2021.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

“Se não fosse a guerra, eu casaria com ela”: mais uma vez, voltaremos a estes assuntos…

Baseado no romance “Sotnikov”, do escritor belarusso Vassil Bykov [1924-2003], “A Ascensão” (1977) permite-nos acompanhar a jornada de dois soldados soviéticos, em meio a um rigoroso inverno e à perseguição inclemente dos nazistas. Na seqüência inicial, alguns aldeões fogem através de uma floresta congelada, quando os protagonistas são escolhidos para buscar comida para as pessoas esfomeadas.

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Cinema
Wesley Pereira de Castro

Acerca dos rituais festivos que antecedem as guerras (e que sobrevivem a elas): viva a pujança do cinema folclórico ucraniano!

Consagrado enquanto diretor de fotografia do clássico “Os Cavalos de Fogo/ Sombras dos Ancestrais Esquecidos” (1965, de Sergei Paradjanov), Yuri Ilienko desenvolveu uma carreira paralela enquanto realizador, tendo recebido um surpreendente prêmio no Festival de Cinema de Moscou com seu longa-metragem “The White Bird Marked With Black” (1971). Um de seus filmes mais pitorescos, entretanto, é “The Eve of Ivan Kopalo” (1968), baseado em um conto do escritor Nikolai Gogol [1809-1852], famoso por suas tramas oníricas, antecipando uma versão eslava do surrealismo.

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