Ultimamente muito se tem falado de inovação pedagógica. Com tristeza, podemos afirmar que o ensino superior não prima, salvo algumas exceções, pelo exemplo de inovação pedagógica. A força da resistência advém da inércia e do falso conforto em estruturas de gestão desgastadas pelo tempo, que outrora protegia e validava práticas seculares.
Hoje, o impulso à reflexão sobre as práticas pedagógicas advindo do incremental recurso a novas tecnologias de informação e comunicação faz balançar este aconchego, até dos mais incrédulos e aos poucos vai fazendo valer o seu espaço. Um espaço amplo onde se movimenta e no qual a evolução tecnológica exerce pressão sobre as práticas pedagógicas mais resistentes, normalmente associadas aos métodos expositivos. Um espaço de aprendizagem que compreende proximidade entre os atores, em dimensões físicas e virtuais. Um espaço que impõe novas proximidades e confortos para além das tão conhecidas redes sociais e dos seus “amigos”, que reclamam a inclusão de pessoas “fora” das relações estudante-estudante e professor-estudante, de grupos de interesse, ricos em objetivos e cenários que desenvolvem relações fortes e não se fecham a outros mundos.
Reconhecer estes novos espaços é reconhecer a educação como um processo global, dinâmico, social e cognitivo, rico em contextos e atores. É ainda reconhecer a diminuição das fronteiras entre o formal e o informal, é trazer a experiência pessoal e global para os espaços formais. É usar as tecnologias para esbater as barreiras do acesso ao conhecimento. É a compreensão da presença digital ampla de identidade e emoção, para além do básico login e password. A presença em ambientes sociais e online materializa algumas das vias de inovação pedagógica que se embebe de narrativas pessoais e coletivas de aprendizagem e conhecimento e que se consubstancias na progressão de uma narrativa pessoal de conhecimento para uma narrativa social do conhecimento e da aprendizagem. Pois se é a falar que a gente se entende, é a interagir cognitiva e socialmente, presencialmente e à distância que a gente aprende.
A força motriz destas comunidades advém um objetivo comum para a construção de uma narrativa coletiva de conhecimento e de aprendizagem significativa. Quando os espaços se proliferam e tomam direções diferentes, esbarram com os problemas de escalas e quantos abandonam os espaços submersos num sentimento de deserção. A contínua observância exige trabalhar proximidades e criar redes colaborativas através de processos de mediação pedagógica. Exige colocar o campus e o corpus do conhecimento ao dispor dos que querem aprender, sem fronteiras físicas ou virtuais. Exige o redesenho pedagógico, da organização curricular, da interdisciplinieridade, do trabalho interinstituições e de planos transnacionais, acorados em resolução de problemas, projetos e ação.
Por tudo isto, espera-se a reinvenção das Instituições de Ensino Superior, a implementação de mudanças paradigmáticas de educação, a mudança para Instituições digitalmente inovadoras em que não é o ensino online que suporta o presencial, mas o presencial que suporta o online, com efeitos visíveis nas escolas e nas instituições de ensino superior em matéria de acesso, de custos, de práticas pedagógicas e da sua reputação mundial. O ponto de chegada será sempre o ponto de partida numa contínua roda-viva! Inovação Pedagógica nas Instituições de Ensino Superior? Onde? Aqui ao lado!
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Thank you!