“Desculpe-me se não te estendo a mão, mas eu venho do estábulo”, ou: mesmo quando é triste, podemos dizer que é ‘gay’?


Realizado em homenagem ao cineasta existencialista Valerio Zurlini [1926-1986], “O Sabor do Grão” (1986, de Gianni Da Campo) possui uma seqüência breve mas deveras assertiva, no que tange à definição de seus interesses: o diálogo em que o diretor da escola em que o protagonista trabalha o repreende por apresentar o romance ‘Cronaca Familiare’ (escrito por Vasco Pratolini, em 1947) para os seus alunos, alegando que este livro requer uma maturidade emocional que não corresponde àquela demonstrada pelos adolescentes matriculados. Não por acaso, este romance foi justamente adaptado por Valerio Zurlini, sob o título “Dois Destinos” (1962). Tudo se interliga, afinal.
“La gente purtroppo parla/ Non sa di che cosa parla”: algumas notas sobre (quem venceu) o Eurovision 2021


A fim de comprovar que a vitória dos italianos não foi imerecida, convém ouvirmos o recém-lançado álbum da banda, “Teatro d’Ira: Vol. 1”, cuja faixa inicial é justamente a laureada “Zitti i Buoni”. Seus acordes agressivos demonstram a vitalidade dos quatro integrantes, com destaque para o vocalista Damiano David, então com vinte e dois anos de idade. Curiosamente, os petardos contidos na letra da canção adequam-se à controvérsia que seguiu-se à vitória da banda, quando o referido vocalista foi acusado de cheirar cocaína durante o evento, o que foi negado após a efetivação de alguns testes de sangue.
As mudanças do comércio inter-regional europeu entre o século VIII e X


O panorama era o seguinte: os bizantinos recuperavam as rotas do mar negro, os lombardos da Itália emitiam moedas em ouro, e ambos controlavam o comércio dos cereais, do sal, do azeite, dos tecidos e das especiarias, através rio Pó; os islâmicos controlavam o comércio em África; e Veneza tornava-se no principal porto dos produtos […]
Do confinamento, da culpabilidade, da tristeza que se torna alegre quando a alegria é submergida pelo que entristece


Ao abusar da carnificina, dos corpos putrefatos, dos mortos-vivos que desejam alimentar-se de cérebros humanos e das lendas sobre reencarnações maléficas, Lucio Fulci não obliterava os caracteres formais nem subestimava as propriedades de reinvenção técnica em seus filmes de baixo orçamento. Era um verdadeiro esteta. E, num cotejo metonímico com a situação mundial hodierna, recomendamos o extraordinário “Pavor na Cidade dos Zumbis” (1980).