Para além da quarentena: a cinefilia orgânica enquanto práxis educativa!

Na introdução do livro “História do Cinema: dos clássicos mudos ao cinema moderno”, publicado internacionalmente em 2004, o crítico irlandês Mark Cousins escreve: “é útil imaginar o cinema evoluindo como uma linguagem ou replicando-se como genes, porque isso ilustra que o filme tem uma gramática e que, em alguns aspectos, ele cresce e sofre mutações”. […]

Sem a prerrogativa da dúvida, “quanto mais se pode ver, mais se pode cometer erros”!

O lançamento de um documentário como “Não Haverá Mais Noite” (2020, de Eléonore Weber) surpreende pela aplicação prática das teorias virilianas, numa conjuntura assaz contemporânea: é o corolário perfeito (e apavorante) do combate de narrativas, convertido em potenciais genocídios, que caracteriza a chegada ao poder das facções de extrema-direita, além de metonimizar a perene atividade destrutiva do imperialismo estadunidense ao redor do mundo.

Documentário celebra 200 anos de expedição alemã na Amazônia

A expedição pelo Brasil que durou três anos, percorreu mais de 10 mil quilômetros e coletou cerca de 10 mil espécies, entre vegetais e animais, durou de 1817 a 1820 e foi realizada pelos exploradores alemães Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Martius. No bicentenário dessa viagem, que deu origem à maior obra em […]

Magia encadernada

Você imagina o que acontece quando todas as luzes se apagam e a noite cai dentro de uma livraria? O diretor de arte Sean Ohlenkamp tentou descobrir: passou quatro noites em claro  na livraria Type, localizada em Toronto. Quer saber o que descobriu?
Grandes e inusitadas movimentações!

Isolamento social preventivo X acolhimento audiovisual curativo: o abraço que provém do olhar…

Contemplado por um projeto governamental de fomento à produção de documentários regionais – infelizmente, não mais vigente na gestão bolsonarista, dolorosamente refratária à cultura –, o longa-metragem “Avenida Brasília Formosa” (2010) segue à risca o jargão do projeto: “quando a realidade parece ficção, é hora de fazer documentários”. Portanto, é um ótimo e contundente filme, sobremaneira adequado para quem encontra-se atualmente em quarentena.

Dois filmes, as mazelas da guerra, e o silenciamento daquilo que dói mais…

Em “1917”, as proezas técnicas do fotógrafo Roger Deakins soam gratuitas ou pouco expressivas na nulidade dramática do percurso efetuado por um soldado aparentemente imbatível. Politicamente, isso chega a ser torpe. É neste momento que o documentário “Para Sama” surge como brilhante contra-exemplo.

Das possíveis concatenações entre política e religião

Divergências ideológicas à parte, não é um despautério afirmar que o papa atual demonstra-se bem mais progressista que os seus antecessores, conforme percebemos no documentário “Papa Francisco: Um Homem de Palavra” (2018), dirigido pelo consagrado cineasta alemão Wim Wenders.