A menina traquinas
Pulsa surda e estranha
Pela casa, pelas esquinas
Faz beicinho, faz manhas
Forte recusa à sorte, às sinas
Com as quais só faz patranhas
Muito fortes ou franzinas
Uma perde, outra ganha
São mesmo todas meninas
Vivem nos seus caboucos
Sufocam suas vontades
Revestem-se de rebocos
Esquecem a felicidade
Sina de serem mulheres
Que pra maior verdade
A de nunca fazer o que quer
Fingindo outra vontade
Fugindo de si, mulher
Aí se escondem as meninas
Bem no fundo desse poço
O que nos leva a outras rimas
Com a palavra calaboiço.
Antológicas página 35.
Imagem gratuita em Pixabay (darksouls1)