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Os últimos carolíngios e as invasões escandinavas

Os últimos carolíngios e as invasões escandinavas

Carlos Magno distribuiu os territórios do seu império pelos seus filhos legítimos, Carlos, “o Jovem”, o rei da Nêustria, e Pepino, rei da Itália, e Luís, “o Pio”, rei da Aquitânia.

Carlos, “o Jovem”, é proposto como sucessor de Carlos Magno no Divisio Regnorum, de 806, governando o coração franco da Nêustria e Austrásia, e dando Pepino a Coroa de Ferro da Lombardia. Ao reino de Luís na Aquitânia, acrescentaram-se Septimania, Provença, e parte da Borgonha. Porém, Luís foi o único sobrevivente de todos os irmãos o que levou a que fosse coroado co-imperador do sacro império romano-germânico, em 813. Quando Carlos Magno morre, em 814, Luís herda o reino dos francos e todos os seus bens, à exceção da Itália, que se manteve dentro do império, mas sob o domínio de Bernardo, filho de Pepino.

O reinado de Luís foi conturbado por conspirações, sucessivas guerras civis e guerras nas fronteiras derivadas das ofensivas eslava e escandinava.

A morte de Luís, em 840, deu lugar a uma disputa entre os seus três filhos, que só terminaria em 843, com a assinatura do Tratado de Verdun. O Tratado fragmentou o império em três fracções, cada uma correspondendo a um dos filhos. Lotário herdou a zona central do império, composta pelos Países Baixos, Lorena, Alsácia, Borgonha, Provença e o norte da península itálica, tendo também recebido as duas cidades imperiais de Aachen e Roma. Luís, “o Germânico”, recebeu a fracção oriental do império, nomeadamente todos os territórios a leste do Reno, norte e leste da Itália, que mais tarde dariam origem ao reino medieval alemão. Carlos, “o Calvo”, ficou como soberano da fracção ocidental, correspondente à posterior França.

Depois deste episódio o império voltou a ser brevemente reunificado por Carlos, “o Calvo” e Carlos III, “o Gordo”.  Arnulfo, sucessor deste último, foi o último carolíngio a governar com o título de “imperador”, e o seu filho Luís, “o Menino”, foi o último rei carolíngio a governar na Germânia, tendo morrido em 911 sem deixar herdeiros. Assim, a dinastia carolíngia termina com as lutas políticas do papa em Roma, e com a desagregação do império em vários reinos: Burgúndia, Provença e Lombardia.

O fim do império carolíngio ficou marcado pelo reacendimento da ofensiva muçulmana, no mar mediterrâneo e pelas ofensivas escandinavas que rapidamente se alastraram pelo Norte da Europa. Estes últimos fixaram-se em territórios da actual Rússia, Países Baixos, Bretanha, Inglaterra, Irlanda, Escócia, Islândia e América do Norte. Os barcos viquingues facilmente navegavam pelos rios europeus. As incursões viquingues foram obstáculos com que se debateram os imperadores da Germânia. A Islândia foi colonizada pelos noruegueses no final do século IX, sendo o seu colonato mais duradouro. Ali persistia o feudo do sangue.

As fontes que nos falam deste período histórico são essencialmente os épicos Old Norse, o Older, o Poetic Edda, e a Saga de Egil são disso exemplo. Esta última é relativa à história de Egil Skalla-Grimson, um poeta do século X que manteve um feudo com a Noruega. A maior figura literária islandesa foi Snorri Sturluson, nascido em 1179 e assassinado em 1241 num dos seus feudos familiares. Dele destacam-se a obra Heimskringla.

A ofensiva viquingue baseou-se, primeiramente no ataque e no saque, e posterior partida, porém, em 840, com o ataque dos dinamarqueses a Rouen e Paris, o padrão altera-se, fixando-se lentamente em algumas zonas onde deixavam contingentes humanos. Gradualmente ocuparam a área do noroeste da França, a Normandia.

 

NICHOLAS, D. (1999). O Ocidente Carolíngio: A Europa nos séculos VIII e IX. In A Evolução do Mundo Medieval. Sociedade, governo e pensamento na Europa: 312-1500. Lisboa, Publicações Europa-América.

 

Imagem: https://www.ancient-origins.net/history/louis-pious-0011094

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