EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish
EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish

As palavras

Repito a pergunta:

“Trouxestes a chave?”

Só uma pode abrir a porta

E como abracadabra

É como mágica

A palavra certa

A que abre a porta

Abre, pois que em abrir está tudo

Mas há que conhecê-la

E há que pronunciá-la

Será como deixar de ser mudo

E usar a chave exata

Que tudo irá destrancar

E desvendar mundos

Das coisas cerradas

Desde as mentes aos corações

Do que se entende ao que se sente

É mister dar luz

Roubá-las a escuridão

Como quem rouba um pão

Ávido para o comer

Descerrar

E revelar todas as evidências

E para cada qual há uma

E só esta chave

A que lhe abre a intenção

Conhecê-la e usa-la

Este o poder infinito da palavra!

Assim, como sempre, desde o princípio

São o verbo

E ateiam fogo aos sentimentos, e os deixam arder

Palavra

Mesmo a que cria ou que destrói

A que protege e a que condena

A que defende ou a que acusa

Tanto a que chama como a que expulsa

A que é certeza ou a que é dilema;

De todas formas pulsa

É a centelha

Chispa que incandesce

Energia que move

Alegria que comove

Dor que se padece

Espírito que se invoca

Toca a tudo e

À todos toca!

É Teresa d’Ávila em êxtase

Shakespeare apaixonado

Cervantes escarnecendo

Pessoa questionado

É Camões a dar brio aos portugueses

Victor Hugo a dar densidade às coisas

E Dostoievski a olhar o infinito

Ou Vinícius a fazer poemas.

Qual deles mais bonito?

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Rútilas e opacas

Cintilantes  ou esmaecidas

São as mesmas velhacas

Encantando nossas vidas

                                       Página 47 do Antológicas de Helder Paraná Do Coutto.

Imagem (stevepb) em Pixabay

Descarregar artigo em PDF:

Download PDF

Partilhar este artigo:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on email
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

LOGIN

REGISTAR

[wpuf_profile type="registration" id="5754"]