De 18 a 22 de setembro Luanda vai receber o Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz – Bienal de Luanda. Essa bienal objetiva criar um movimento africano que possa disseminar a importância da cultura de paz, tendo em conta o desenvolvimento e afirmação dos países africanos em vários domínios, particularmente na defesa dos direitos humanos e das minorias, assim como o combate à corrupção.
Na última semana, a Embaixada de Angola na Etiópia promoveu um encontro com as missões diplomáticas da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para informação e sensibilização sobre este evento. Nesse encontro, o embaixador Francisco da Cruz destacou a importação da realização em Angola dessa atividade, que no seu entender prova a vontade política do governo em estabelecer uma cooperação cada vez mais estreita com a Unesco com vista a promoção de uma verdadeira cultura de paz em África e representa o reconhecimento do exemplo de Angola no fortalecimento da Paz e da reconciliação nacional.
O diplomata realçou que o compromisso de Angola sediar o Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz – Bienal de Luanda foi reafirmado pelo chefe de Estado Angolano, João Lourenço, durante a sua visita oficial a França, em maio de 2018, quando se reuniu com a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
Francisco da Cruz frisou que a cultura da paz é importante e faz parte do quotidiano angolano, no âmbito do processo de Reconciliação Nacional, experiência que pode ser partilhada com outros países africanos, e não só, num mundo cada vez mais competitivo e globalizado, mas com grandes desafios no concernente à paz e estabilidade.
Correspondendo ao desejo manifestado por Angola quanto a uma participação ativa dos estados que compõem a CPLP, tendo em conta as estreitas relações entre si, a embaixadora de Portugal, Helena Malcaça, declarou que “Lisboa está bem ciente da importância do assunto” pelo que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o da Cultura equacionam o tipo de participação.
A Unesco considerou de extrema importância o encontro realizado em Addis Abeba, para a concretização dos projetos, acrescentando que o organismo vai realizar o seu fórum de parcerias, em Luanda, a par da Bienal, no qual serão apresentados projetos para captação de financiamentos. Nesta conformidade propôs aos Países de Língua Portuguesa a prepararem um projeto conjunto para que, por via do comité organizador, possa ser apresentado nesse fórum de parceiros, nomeadamente relativos à área de comunicação e alfabetização, consoante a pertinência do tema, dentro de uma dinâmica de promoção da paz.
Para esta primeira edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz – Bienal de Luanda, a decorrer na capital angolana e em Benguela, perspectiva-se a presença do Presidente do Egito (presidente da UA), do Mali (campeão da UA para a Cultura), do Congo (presidente da Conferência Internacional dos Grandes Lagos), da Namíbia (presidente da SADC) e da Etiópia (única mulher presidente em África). Na qualidade de convidados especiais estarão os chefes de Estado da RDC, Cabo Verde (presidente exercício da CPLP), Ellen Johson (presidente do Júri do Prémio Felix Houphoet-Boigny), diretor-geral da Uesco, presidente da Comissão da UA, comissários desta e o Nobel da Paz Dennis Mukwege.
Com Jornal de Angola