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Escritor angolano vence prémio literário internacional

Escritor angolano vence prémio literário internacional

O escritor angolano A. Pedro Correia foi o escolhido entre quase 800 concorrentes ao Prémio da UCCLA (União das Cidades Capitais Luso-Afro-Americo-Asiáticas) de Revelação Literária: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, a que só se pode candidatar quem nunca editou uma obra literária. A obra de A. Pedro Correia que venceu foi o livro “Praças”.

Artista plástico a residir em Lagos, no Algarve, A. Pedro Correia estreia na escrita, com um conjunto de contos que o coordenador da equipa de seleção e crítica literária, António Carlos Cortez, descreveu como “prensada, curta, incisiva”, de “estilo comedido, de quando em quando, irónico”. Para este poeta e ensaísta, “a palavra ganha sentidos quando é literal… e quanto mais literal mais poético [é o texto]. Uma poética da destruição”.

A. Pedro Correia tinha os textos escritos há cerca de quatro anos, todos com praças como cenário, e enviou-os. Já os tinha tentado publicar numa editora. “Nem sequer me responderam”, lamenta, com um encolher de ombros, entre o decepcionado e o divertido. Agora que está a terminar um romance (“já esteve acabado, mas depois pensei noutro final”), espera ter outro tratamento: “Que ao menos as editoras me respondam”.

Sobre o livro, descreve: “São praças em geografias diferentes, com características muito diferentes. Há praças de cidades ricas, outras de lugares muito pobres. No entanto, não há uma única referência nem étnica nem geográfica”. Isto é propositado, explica, “para procurar a universalidade do livro”. Só não conseguiu “escapar de um oriental”, como diz, “porque é um conto em que aparecem caracteres que são desenhos” (conto O tradutor). Praças não segue o novo acordo ortográfico e foi editada pela Bela e o Monstro.

Relativamente ao seu livro, destacou as leituras feitas do mesmo por António Carlos Secchin, António Carlos Cortez, Germano Almeida e José Pires Laranjeira e que “têm a ver com o espírito com o qual o livro foi escrito. E todos eles chamam a atenção, de alguma forma, para uma certa violência que existe neste livro, e essa violência é propositada enquanto tema que aqui estão nestes textos, porque tratando-se de um livro de ficção tem alguma inspiração hiper-realista” ou seja é um livro que “de alguma maneira pretende ‘pôr o dedo na ferida’ em relação a aspetos da nossa vida, muito atual, que são dramáticos e crus e, por vezes, cruéis”. Destacando a citação do poeta inglês que provavelmente “é o grande tema por trás deste livro”: “Vai, vai, vai, disse a ave: O género humano não pode suportar muita realidade” (T. S. Eliot), afirmou que traduz uma “extrema realidade, ou realidade extrema”.

No livro existem pequenas histórias em que o autor procurou “reduzir a linguagem praticamente ao osso, procurei que não tivesse nem palavras, nem frases, nem metáforas, nem imagens supérfluas. Procurei, verdadeiramente, reduzir o livro àquilo que me pareceu essencial e, claro, direto. Por outro lado, não há nenhuma referência a nenhum grupo étnico, a nenhum país em concreto, a nenhum continente, porque também me interessava essa ideia da universalidade que o livro pudesse conter. Nesse sentido, as praças são de alguma forma o grande palco das relações humanas, o lugar onde as pessoas se cruzam, se encontram”.

Fonte: IILP

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