Depois do Brasil, que é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde à fundação em 1996, mais cinco outros países da América Latina se aproximam diretamente dessa comunidade: Uruguai, Argentina e Chile já são membros observadores da CPLP; o Paraguai, que apresentou a candidatura em julho e já foi aceito formalmente; e o Peru, que vai entregar nos próximos dias a candidatura formal para se tornar observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
A CPLP é formada por oficialmente por nove nações titulares: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste. Neles, o português é idioma oficial.
O interesse do Peru em tornar-se observador associado não é novo, tendo sido expresso já no primeiro encontro América Latina – CPLP que se realizou em 2014. E na sua visita a Portugal, em 2019, o presidente peruano, Martín Vizcarra, teve contactos com a CPLP. Vale lembrar que o Peru passa por uma forte crise política, com a possibilidade de destituição do presidente por “incapacidade moral”.
“A CPLP é como uma plataforma que nos permite ter um diálogo mais amplo com diferentes áreas do mundo”, indicou a Embaixada do Peru, lembrando que na CPLP estão países de diferentes continentes, nomeadamente África, além do vizinho Brasil ou o distante Timor-Leste. “Além da proximidade entre os dois idiomas”, acrescentou, falando num “potencial enorme” da comunidade e do interesse do Peru em participar em fóruns internacionais.
Na América Latina, o Uruguai, a Argentina e o Chile já são membros observadores da CPLP — em todo o mundo são 19 os países com este estatuto. O Paraguai apresentou a candidatura em julho e já foi aceite formalmente pelos ministros no último comité de concertação permanente, devendo a entrada ser oficializada na próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo, que decorrerá em Luanda no próximo ano (previsivelmente em julho de 2021).
“Os Estados que pretendam adquirir a Categoria de Observador Associado, terão de partilhar os respetivos princípios orientadores, designadamente no que se refere à promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos direitos humanos, e prossigam através dos seus programas de governo objetivos idênticos aos da Organização, mesmo que, à partida, não reúnam as condições necessárias para serem membros de pleno direito da CPLP”, lê-se no site oficial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
No VI encontro América Latina – CPLP organizado pelo IPDAL, o secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, reiterou a intenção da Comunidade em aproximar-se formalmente da SEGIB – Secretaria-Geral Ibero-americana – na qualidade de observador consultivo, candidatura essa já formalizada. Por sua vez, o secretário-geral adjunto da SEGIB, Marcos Pinta Gama, saudou a recentemente aprovada candidatura da Secretaria-Geral Ibero-americana a observador associado da CPLP.
Com informações da CPLP, DN.
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