A informação vem do Ministério da Educação de Angola que aproveitou o Dia da Língua Portuguesa, dia 5 de maio, e defendeu que o acordo ortográfico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) carece de uma conciliação com alguns aspectos da linguística bantu.
As línguas bantas ou bantu formam um ramo do grupo benue-congolês da família linguística nígero-congolesa, com mais de 600 línguas. São faladas sobretudo nos países africanos a sul do Equador, por cerca de 300 milhões de pessoas, principalmente por bantos.
O governo angolano informa que se pretende ver reflectido no acordo os aspectos da linguística bantu para que a realidade da linguística portuguesa de Angola possa ser retratada nas gramáticas contemporâneas.
“Certamente a comunidade buscará atender a esta necessidade do desenvolvimento linguístico de Angola, pois os Estados que a compõem são democráticos, atendem as recomendações das organizações regionais dos Estados Membros, como é o caso da Academia das Línguas Africana, a ACALAN”, é o que se lê no documento.
A ACALAN, adianta, enquanto instituição da União Africana, recomenda a conciliação dos fenómenos linguísticos, com vista à preservação da paz. “Este é o percurso que Angola tem seguido, para a promoção da paz enquanto Estado Membro plurilingue e com necessidade de construir e de preservar o legado mais precioso que é a paz”, assevera.
Angola defende a elaboração de um vocabulário ortográfico nacional e a rectificação de determinadas bases técnicas científicas para ratificar o Acordo Ortográfico a nível da CPLP.
O acordo, em vigor desde 1990, foi ratificado apenas por Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Angola mantém-se de fora por considerar haver aspectos a acertar no referido acordo.
Fonte: África 21
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