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A renascença Carolíngia

A renascença Carolíngia

Entre o século VIII e IX, sucede a “Renascença Carolíngia”, no seio da corte real de Carlos Magno, que procurou recriar a tardia Roma cristã. Nesta época toda a actividade intelectual e artística emanava das autoridades laicais e clericais, por isso era necessário um clero letrado, pois só assim se podia cristianizar a Europa. Assim, deu ordens a bispados e mosteiros para instruir todos os que desejassem.

Alcuíno de Iorque foi um intelectual da época que pertenceu à sua corte, talvez responsável pela sua coroação, pela institucionalização de um missal de acordo com o ritual romano, da revisão dos livros bíblicos (“recensão alcuína”), tendo-se tornado no estandarte da normalização da liturgia. Alcuíno, devolveu o lugar às sete artes lbierais nas escolas, com principal destaque para a Gramática e a Retórica (arte de escrever o latim correctamente).

A maior figura literária do período de Carlos, “o Calvo”, foi Lupus de Ferriéres. Teodolfo de Orleães sucedeu a Alcuíno na corte de Carlos Magno. Nesta fase é também regulado o comportamento religioso (Libri Carolini).

A renascença carolíngia está ainda associada à reforma da escrita, associada à da abadia de São Martinho de Tours, e imitada em toda a Europa. Ficou conhecida como o carolino minúsculo, uma escrita arredondada e legível, de pequeno formato e com alguma pontuação, divisões claras entre as palavras, abreviaturas normalizadas e poucas ligações. Muitas cópias das obras romanas foram feitas no período carolíngio com este estilo de letra. A ela sucedeu o estilo gótico.

Uma vez que o poder político andava de mãos dadas com o religioso, Deus torna-se no sujeito da História, e não o homem, e as cortes dos reis, onde se encontra o maior número de letrados, com excepção dos eclesiásticos, tornam-se também centros de historiografia, que servia para mostrar as obras de Deus no mundo, e as virtudes dos seus escolhidos. Os “Anais Reais Francos” são disso exemplo, e as “Histórias” de Nithard representam a primeira obra escrita por um leigo, em latim, que sobreviveu da Idade Média.

Neste período reabilita-se a utilização do design da Antiguidade Clássica Romana, para a arquitectura, os desenhos geométricos abstractos utilizam-se na joalharia e desenhos de animais extremamente realistas introduzem-se nas iluminuras.

A teologia é debatida na corte, tendo ficado famosos os monges Ratrano e Ratberto.

 

NICHOLAS, D. (1999). O Ocidente Carolíngio: A Europa nos séculos VIII e IX. In A Evolução do Mundo Medieval. Sociedade, governo e pensamento na Europa: 312-1500. Lisboa, Publicações Europa-América.

 

Imagem: https://2.bp.blogspot.com/-34unLMzMatI/VYA79uzluHI/AAAAAAAA4s8/XFKIdZHyR4k/s1600/Jules%2BLaure%2B-%2BCharlemagne%252C%2Bsurrounded%2Bby%2Bhis%2Bmost%2Bimportant%2Bofficials%252C%2Breceives%2BAlcuin%2Bwho%2Bpresents%2Bseveral%2Bmanuscripts%252C%2Bthe%2Bworks%2Bof%2Bhis%2Bmonks%252C%2Bto%2Bthe%2BEmperor%2Bin%2B780%2B%25281861%2529.jpg

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