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A caminhar para o Porto Santo

A caminhar para o Porto Santo

O Porto Santo é uma ilha que integra o Arquipélago da Madeira, território português. Segundo as informações disponibilizadas pelo site da Câmara Municipal do Porto Santo, acedido a 03 de Julho de 2019, dista 900 Km de Lisboa, 1 300 km dos Açores, 500 km de África e 50 km da ilha da Madeira. A sua área é de 42, 17 km2 e o ponto mais alto é um pico chamado de Pico do Facho, cuja altitude, não vai além dos 517 metros. Foi descoberta oficialmente no dia 01 de Novembro de 1418 por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, tendo o Capitão do Donatário sido Bartolomeu Perestrello, sogro de Cristovão Colombo, descobridor da América, por este ter contraído matrimónio com Isabel Moniz, sua filha, conforme informação presente na Casa Museu Cristóvão Colombo, situada na Cidade Vila Baleira, nesta ilha. Segundo os censos de 2011, a ilha conta com cerca de 5000 habitantes.

Esta preciosa ilha está nas primeiras escolhas como destino de férias de verão, para muitas famílias madeirenses e do continente português. No Inverno, ameno, é a casa de férias para algumas famílias italianas, dinamarquesas e inglesas. Os fatores de atração para este destino prendem-se com a beleza das praias, com o clima, a segurança, o informalismo e a descontração. O destino perfeito para pensar…ou não pensar. Não há pressa nesta ilha, tudo é feito com calma, do acordar ao deitar.

De nada serviria todos estes elementos atrativos se as formas de acesso para a ilha não tivessem sido estudadas e desenvolvidas.

Antigamente, a deslocação para a ilha do Porto Santo só era possível através de longas e desconfortáveis viagens de barco, sem qualquer relação com os padrões de qualidade e segurança exigidos pelos viajantes e turistas dos tempos atuais. Ainda assim, as famílias madeirenses de maiores posses deslocavam-se àquela ilha de barco, nos chamados “carreireiros”, a partir de finais do século XIX, até aos anos 70 do século XX, com toda uma equipa de “criados” da família, com destaque para o/a imprescindível cozinheira/a e senhora das limpezas a fim de garantir uns três meses de verão descansados e abundantes em experiências gastronómicas regadas pelos vinhos locais.

Em 1925, chegou à ilha o primeiro veículo, uma furgoneta encomendada para o transporte de cal em pó. A construção do primeiro cais teve início em Março de 1929, facilitando a atracagem dos barcos, terminando desta forma o desembarque na praia de passageiros e mercadorias que durante séculos perdurou naquela ilha. Curioso era o desembarque dos passageiros, colocados nas costas de homens fortes e transportados para a areia firme com todo o cuidado para que não se molhassem. O primeiro barco a fazer o transporte regular de passageiros, numa base quase diária foi o emblemático “Pirata Azul”, um barco alemão, com capacidade para transportar 180 passageiros, em Maio de 1974. Em Agosto de 1960, foi inaugurado o Aeroporto do Porto Santo, o primeiro do arquipélago, então com uma pista de 2000 metros. Atualmente a pista conta com cerca de 3000 metros.

Hoje em dia é possível chegar ao Porto Santo através do ferry Lobo Marinho, um navio inaugurado em 2003 com capacidade para transportar 1150 passageiros e 145 carros conforme o site da empresa Porto Santo Line, acedido a 21 de julho de 2019. Por ar temos as viagens regulares através da companhia Binter Canárias, que estabelece a ligação Funchal-Porto Santo em 10 minutos, duas vezes ao dia, numa base diária.

Em fevereiro de 2016, foi implementado o “subsídio de mobilidade”, só para os madeirenses, entre os meses de outubro e junho, fora da época alta, que tradicionalmente abarca os meses de julho, agosto e setembro. Segundo o Jornal de Negócios, datado de 15 de Fevereiro de 2016, ”… o novo subsídio será pago fora dos meses de Verão, altura em que a população do Porto Santo quase quintuplica. A intenção do governo madeirense é dinamizar a economia e combater a desertificação daquela ilha durante a época baixa”. Foi uma medida benéfica, porque com base nos números apresentados num artigo do Jornal da Madeira datado de 09 de junho de 2019, em 2016, 27 mil pessoas recorreram ao subsídio, sendo um número que tem vindo a aumentar, com mais 5 mil passageiros em 2017 e mais 14 mil em 2018.

Não são necessários estudos económicos para saber se a medida ajudou ou não a dinamizar economicamente a ilha na época baixa, basta observar o maior movimento de táxis a rodar pela ilha, as mesas dos restaurantes, as lojas, o movimento dos supermercados naqueles meses. Políticas facilitadoras da mobilidade em territórios descontinuados são bem-vindas porque ajudam de várias formas a preencher os vazios sociais e económicos caraterísticos de destinos muito sazonais como o caso desta pequena grande ilha.

Com o Verão a acontecer, começa a deslocação de famílias inteiras para a ilha, agora, sem necessidade de desembarcar nas costas de alguém e sem ser necessário levar uma equipa de empregados, porque bons restaurantes, bom alojamento, festas e boa gente não faltam.

Umas boas férias de Verão.

Imagem: Barco carreireiro, ilha do Porto Santo
Fonte: https://marportosanto.blogspot.com/2011/09/fotos-do-antigamente, acedido a 23 de Julho 2019

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