O Silêncio que Ensina


No outro dia, enquanto recebia as notas do nosso filho, pensei apenas nos comentários sobre o seu comportamento e atitude na escola — naquela preocupação prática e silenciosa que qualquer educador carrega: a expectativa, a ansiedade de que a aprendizagem se revele em alguns números ou nos comentários dos professores. Quando entrei, e após uma […]
Os novos velhos do Restelo


Metáforas datadas, palavras vencidas,Discursos vazios, verdades torcidas.Querem mudar, sem se transformar.Usam formas, mas sem inovar. Argumentos expirados, já fossilizados,Tentam manter-se sempre enturmados.Sabem do mundo, mas sem arriscar,Repetem o velho, sem inovar. Presos no ontem, e mente fechadaCriticam o novo, uma fala arruinada.Pregam doutrinas, sem credibilidadeDetentores de verdades, mas sem validade. Saber e querer, mas sem […]
“Eu não sou criança! Eu nunca fui, nem mesmo quando eu era…”: das dificuldades de se condensar mais de cinco décadas de vida em duas horas de filme!


Interpretado de maneira intensa pelo pernambucano Jesuíta Barbosa, que reproduz com estudada maestria alguns cacoetes oculares e corporais do artista, Ney Matogrosso é mostrado, em “Homem com H” (2025, de Esmir Filho), como alguém que sempre quis ser livre, a despeito da extrema repressão de seu pai militar, Antônio (Rômulo Braga). Na infância, Ney é comumente espancado, mas irrita o pai por não chorar durante as surras. Expulso de casa, ele alista-se na Aeronáutica, a fim de superá-lo num campo familiar, mas logo será descoberto por causa de seu timbre vocal tão agudo quanto insigne. E, de maneira um tanto evasiva, mas assertiva em seu poder de síntese, acompanhamos as diversas fases musicais deste magnífico intérprete…
Entre o bem e o mal: o paradoxo de ser humano[1]


Um texto de Inaê Silva e Adriana Giubertti. Há leituras que nos silenciam e, ao mesmo tempo, nos pedem que lhes demos voz. Assim é Atos humanos, livro da galhardeada escritora sul-coreana Hang Kang, vencedora do prêmio Nobel de Literatura de 2024. Nessa obra dilacerante, a autora resgata o terrível massacre ocorrido em Gwangju, sua […]
A ERA DA SOLIDÃO DIGITAL: Estaremos mais conectados e, paradoxalmente, mais sozinhos do que nunca?


RESUMO “Vivemos rodeados de sinais, mas famintos de sentido.” — Zygmunt Bauman Na era da Hiper conectividade, milhões de pessoas trocam mensagens diariamente, partilham fotos, emojis e opiniões nas redes sociais — e, ainda assim, relatam níveis recorde de solidão. Este artigo analisa como a conectividade digital, longe de resolver o isolamento humano, pode estar […]
INFLUENCIADORES DIGITAIS: A Nova Classe Política?


Quando os criadores de conteúdo moldam mais opiniões do que os líderes eleitos RESUMO “A política é a arte de fazer crer.” — Étienne de La Boétie No século XXI, o poder discursivo não concentra-se apenas nos parlamentos ou palanques, mas também nos ecrãs dos smartphones. Este artigo analisa o papel crescente dos influenciadores digitais […]
Finitude.


Há de terminarPosto que tudo termina.Em seu tempo próprioMas impróprio em sua plena extensãoFim e começo de todas as coisasSem medosMas com inquietações Da Dispersão dos sentimentos, página 31.
