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Universidades no Metaverso: A Revolução do Ensino Superior com Realidade Virtual e Ambientes Imersivos

Universidades no Metaverso: A Revolução do Ensino Superior com Realidade Virtual e Ambientes Imersivos

Resumo

“A educação deve ser uma experiência transformadora, e o metaverso pode ser o palco desta metamorfose.” (Papert, 1980; Bonilla & Silva, 2023)

O metaverso tem-se consolidado como uma das mais promissoras inovações tecnológicas aplicadas à educação superior. Este artigo analisa como universidades de renome, como Stanford e Harvard, estão a utilizar realidade virtual (VR) e ambientes imersivos para transformar a experiência de ensino-aprendizagem. Através de uma revisão de literatura recente e análise de casos práticos, discute-se o impacto pedagógico, os desafios de implementação e as perspetivas futuras da integração entre metaverso e ensino universitário, apoiando-se em contributos de autores como Dede (2022), Selwyn (2024), e Zhao et al. (2025).

Palavras-chave

Metaverso; realidade virtual; ensino superior; inovação educacional; Stanford; Harvard

1. Introdução

“A inovação educacional não é um destino, mas um caminho para tornar a aprendizagem mais humana e significativa.” (Fullan, 2013)

A educação universitária está a atravessar uma transformação sem precedentes. Com o avanço das tecnologias imersivas, como realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e ambientes 3D interativos, instituições de ensino superior exploram o metaverso como uma nova fronteira pedagógica (Selwyn, 2024; Zhao et al., 2025).

Harvard e Stanford, duas das universidades mais prestigiadas do mundo, têm liderado iniciativas que integram avatares, simulações e espaços virtuais nas suas práticas educacionais. Este artigo investiga como estas universidades utilizam o metaverso para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, promovendo experiências mais envolventes, colaborativas e acessíveis, como destacam Dede (2022) e Bonilla & Silva (2023).

2. O Metaverso na Educação Superior

“Ensinar é criar possibilidades para a construção do conhecimento, e o metaverso multiplica estas possibilidades exponencialmente.” (Freire, 1996)

2.1 Conceito e Potencial

O metaverso é um ambiente digital persistente e imersivo, onde os utilizadores interagem por meio de avatares em tempo real. No contexto educacional, ele permite simulações práticas, laboratórios virtuais, salas de aula interativas e experiências impossíveis de serem realizadas no mundo físico (Davis et al., 2023; VUP, 2025).

2.2 Aplicações Académicas

As universidades utilizam o metaverso para:

  • Simulações laboratoriais em medicina, engenharia e ciências naturais;
  • Aulas de oratória e comunicação com avatares interativos;
  • Visitas virtuais a museus, locais históricos e ambientes científicos;
  • Salas de aula colaborativas com estudantes de diferentes países (HiCampi, 2025; Xu & Deng, 2024).

Estas experiências reforçam o conceito de aprendizagem experiencial (Kolb, 1984) e o envolvimento cognitivo promovido por ambientes digitais (Zhao et al., 2025).

3. Casos de Stanford e Harvard

“As universidades que abraçam a inovação constroem não apenas currículos, mas futuros.” (Dede, 2022)

3.1 Harvard University

A Harvard Graduate School of Education desenvolveu um guia prático para educadores sobre a integração de XR (realidade estendida) no ensino (Harvard GSE, 2022). Utiliza-se VR para simulações laboratoriais em cursos de medicina e engenharia, além de experiências de campo virtuais em ciências ambientais. Como evidenciado por Bonilla e Silva (2023), a retenção e o envolvimento aumentam substancialmente em experiências imersivas.

3.2 Stanford University

Através do Virtual Human Interaction Lab, Stanford tem desenvolvido investigações sobre VR na educação. Estudantes praticam oratória com avatares que reagem em tempo real, o que simula níveis diversos de atenção e distração (Stanford, 2025). A universidade também mantém uma base de dados de recursos educacionais em VR, estimulando a experimentação pedagógica (Xu & Deng, 2024).

4. Benefícios Pedagógicos

“Quando o conhecimento é vivido, ele transforma-se em sabedoria.” (Kolb, 1984)

Autores como Dede (2022), Selwyn (2024) e Zhao et al. (2025) apontam vários benefícios na utilização do metaverso no ensino superior:

  • Envolvimento emocional: A imersão eleva a motivação e o interesse dos estudantes;
  • Aprendizagem experiencial: Os alunos podem explorar o corpo humano por dentro, simular julgamentos, ou participar de missões científicas virtuais;
  • Acessibilidade: Permite que estudantes de diferentes regiões acedam a experiências educativas de alta qualidade;
  • Colaboração global: Estudantes de vários países partilham o mesmo espaço de aprendizagem digital (Fundação Telefónica Vivo, 2022).

Além disto, contribui para o desenvolvimento de competências do século XXI, como resolução de problemas complexos, empatia e pensamento crítico (Fullan, 2013; Zhao et al., 2025).

5. Desafios e Limitações

“Toda inovação enfrenta resistências, mas o seu valor reside na capacidade de gerar novas possibilidades.” (Rogers, 2003)

Apesar dos benefícios, a adoção do metaverso apresenta desafios (HiCampi, 2025; Xu & Deng, 2024):

  • Infraestrutura tecnológica: Nem todos os estudantes possuem acesso a dispositivos VR;
  • Curva de aprendizagem: Professores e alunos necessitam de formação específica para lidar com novas plataformas;
  • Saúde e tempo de uso: A exposição prolongada à realidade virtual pode causar fadiga visual e confusão cognitiva (VUP, 2025);
  • Privacidade e ética: A colheita de dados sensoriais e comportamentais requer regulamentação clara (Bonilla & Silva, 2023).

6. Conclusão

“O futuro da educação será desenhado por quem ousar ensinar como nunca antes ensinou-se.” (Selwyn, 2024)

O uso do metaverso por universidades como Harvard e Stanford representa um marco na evolução do ensino superior. Ao integrar tecnologias imersivas nos seus currículos, estas instituições não apenas inovam, mas também reconfiguram o conceito de presença e participação em sala de aula (Dede, 2022).

Embora subsistam desafios técnicos e éticos, os benefícios pedagógicos e o potencial transformador do metaverso são evidentes. Como laboratório vivo de inovação educativa, o metaverso não substitui o ensino tradicional, mas amplia-o, tornando a aprendizagem mais envolvente, acessível e global (Freire, 1996; Fullan, 2013).

Referências Bibliográficas

Bonilla, J., & Silva, P. (2023). Tecnologia imersiva e transformação educacional. Editora Unisinos.

Dede, C. (2022). The Evolution of Immersive Learning in Higher Education. Harvard University Press.

Davis, N., Zhao, K., & Chen, L. (2023). Virtual reality and higher education: Exploring the potential. Journal of Educational Technology, 39(2), 100–112.

Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.

Fullan, M. (2013). Stratosphere: Integrating Technology, Pedagogy, and Change Knowledge. Pearson.

Fundação Telefônica Vivo. (2022). Metaverso na educação: oportunidade de inovação pedagógica. https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/metaverso-educacao-oportunidade-inovacao-pedagogica

Harvard Graduate School of Education. (2022). What will learning in the metaverse look like? https://www.gse.harvard.edu/ideas/usable-knowledge/22/06/what-will-learning-metaverse-look

HiCampi. (2025). Metaverso: como as universidades utilizam realidade virtual? https://www.hicampi.com/metaverso-como-as-universidades-utilizam-realidade-virtual

Kolb, D. A. (1984). Experiential learning: Experience as the source of learning and development. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall.

Rogers, E. M. (2003). Diffusion of Innovations (5th ed.). New York: Free Press.

Selwyn, N. (2024). Education and Technology: Key Issues and Debates (2nd ed.). Bloomsbury.

Stanford University. (2025). How to use virtual reality in experimental research. https://news.stanford.edu/stories/2025/05/how-to-use-virtual-reality-experimental-research

VUP. (2025). Metaverso: Muito além do hype. https://vupgs.com.br/metaverso-muito-alem-do-hype

Xu, M., & Deng, H. (2024). Digital transformation in education: Emerging technologies and student outcomes. Educational Research International, 2024(1), 89–107.

Zhao, K., Lee, Y., & Jung, S. (2025). The impact of immersive environments on higher education: A meta-analysis. Journal of Immersive Learning, 12(1), 44–61.

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