O objetivo do texto dessa semana é demonstrar como o estímulo ao empreendedorismo gera o desenvolvimento econômico de uma região.
Brevemente exponho o Arranjo Produtivo Local planejado pelo Município de Paulo de Frontin, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e o RING – Encontro de Desenvolvedores de Jogos do Rio de Janeiro.
Verifiquei que desde 2016, através do Programa Cidades Digitais, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), está ativo o Frontin Digital. O projeto foi implementado no Instituto Federal do Rio de Janeiro, fazendo com que a Cidade fosse a primeira do Estado do Rio de Janeiro a ser contemplada com esta iniciativa.
Além disso, conforme conversa com um dos membros do RING – Encontro de Desenvolvedores de Jogos do Rio de Janeiro, no evento StartupDay realizado pelo Sebrae, tive ciência que será disponibilizado pela Prefeitura de Paulo de Frontin um prédio onde será um hub de empresas de games.
Por isso, diante dessa iniciativa fica claro como boas práticas governamentais podem estimular o empreendedorismo e atrair empresas digitais para o interior do Estado do Rio de Janeiro e com cultura industrial, ocasionando a formação de um Arranjo Produtivo Local, que já vem sendo nomeada de Vale do Silício Fluminense ou Frontin Digital.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada calcula que o acesso à internet tem efetivamente impacto na geração de riqueza. Essa lógica já foi diversas vezes apontada por estudos internacionais e mesmo brasileiros. Agora, o Ipea analisou dados de 5.564 municípios, dividiu-os em grupos com perfis semelhantes e chegou a projeções específicas para o Brasil. Por aqui, cada 1% de aumento no acesso à internet gera um crescimento adicional de até 0,19% do PIB.
“Os resultados para todos os modelos estimados mostram que o efeito da expansão da banda larga sobre o PIB é positivo e significativo. Na média, a ampliação de 1% do acesso à banda larga acarreta um aumento de 0,077% no PIB. O maior impacto ocorre nos municípios de maior renda per capita e alta concentração urbana. Logo em seguida, aparecem aqueles municípios em que a economia se concentra nos setores de serviço, comércio e construção. Em tais regiões, o efeito da expansão da banda larga pode alcançar um crescimento de 0,19% do PIB”, diz o estudo.
Assinado por Alexandre Ywata de Carvalho, Mário Jorge Mendonça e José Jaime da Silva, o estudo ‘Avaliando o Efeito dos Investimentos em Telecomunicações sobre o PIB’ usou dados entre 2007 e 2015, com informações de bases distintas, como o Censo do IBGE, registros administrativos dos municípios e variáveis de infraestrutura cedidas pela Anatel.
Segundo eles, além do efeito mais notável em municípios de maior renda e com alta concentração urbana, “o impacto da banda larga é também expressivo nos municípios ligados à parcela mais dinâmica do setor agrícola. Nos municípios mais pobres, o efeito da expansão da banda larga, embora seja positivo, acontece com menor intensidade”.
O estudo ressalva que nas áreas onde esse impacto é menor, cujos municípios estão na sua maior parte situados nas regiões Norte e Nordeste, a maior parte deles (58%) “possuem infraestrutura de banda larga bastante precária”. “As regiões Norte e Nordeste também apresentam as mais baixas velocidades de banda larga, o que naturalmente implica uma menor qualidade. Assim, o menor efeito da banda larga sobre a economia das regiões Norte e Nordeste possivelmente seja explicado pela baixa eficiência desse serviço.”IPEA: Cada 1% a mais de acesso à internet aumenta o PIB em até 0,19%
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