“Eu não posso fazer isso contigo. Tu és muito quente lá embaixo!”: ou por que esta obsessão espetaculosa pelas biografias de psicopatas?

Roteirizado integralmente por Ian Brennan, que dirige os quarto e quinto episódios, “Monstro: a História de Ed Gein” é dividido em oito capítulos, dirigidos por Max Winkler (exceto nos dois supracitados) e mistura, além de fatos relacionados aos relacionamentos entre Ed e sua mãe e entre ele e sua vizinha Adeline (Suzanna Son), situações derivadas de uma história em quadrinhos sobre Ilse Koch [1906-1967], a “Cadela de Buchenwald” – capitã nazista que foi celebrizada negativamente por construir móveis com as peles esfoladas de prisioneiros judeus –, além das filmagens de longas-metragens inspirados nos atos mórbidos cometidos por Ed Gein, como “Psicose” (1960, de Alfred Hitchcock), “O Massacre da Serra Elétrica” (1974, de Tobe Hooper) e “O Silêncio dos Inocentes” (1991, de Jonathan Demme). Como tal, o roteiro exagera ao tentar conectar todas estas referências, o que fica ainda mais gritante quando entra em cena a cantora Christine Jorgensen [1926-1989], primeira personalidade norte-americana a se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual, e que é mostrada como uma musa do protagonista, por causa de seu fascínio por roupas femininas.

“— Não é justo reduzir toda uma relação a uma data no calendário. Há coisas mais importantes! — O que, por exemplo? — O trabalho…”!

Enquanto produção biográfica, “Chespirito: Sem Querer, Querendo” incorre num defeito típico do subgênero, que é o sobejo de condescendência em relação ao biografado – sobretudo porque o roteiro é baseado no livro de memórias do personagem real, publicado originalmente em 1995. É interessante como se desvela as suas fontes de inspiração, aproveitando jargões do cotidiano e lembranças do que ele próprio vivera quando criança, pois teve de se afastar de sua mãe por um ano. A minissérie é conduzida segundo os clichês telenovelescos, mas consegue entreter ao retratar com simpatia alguém que era bastante hábil na manipulação enredística da pieguice.

“Toda guerra é lutada duas vezes: a primeira vez é no campo de batalha; a segunda, na memória”: elogio emergencial a uma ótima minissérie subestimada!

Em razão de a minissérie “O Simpatizante” ter obtido uma audiência diametralmente oposta à qualidade de sua realização, esperamos convencer alguns leitores a mergulharem nas valiosas reflexões proporcionadas por este magno produto televisivo, cujo roteiro está a cargo do cineasta sul-coreano Park Chan-Wook (que também dirige os três primeiros episódios) e do escritor canadense Don McKellar.

“Muito pior é a monocultura de mentes, com a propaganda como agrotóxico!” (a propósito de mais um documentário)

A TV Globo esforça-se para obnubilar a perseguição que desferiu contra o líder do Partido dos Trabalhadores, novamente concorrendo à presidência do Brasil. Numa entrevista ocorrida em 25 de agosto de 2022, no “Jornal Nacional”, quiçá o noticiário televisivo mais influente do país, foi difundido que o ex-presidente não está em débito com a Justiça Brasileira. E é nesse contexto que “A Fantástica Fábrica de Golpes” (2022 , de Valnei Nunes & Victor Fraga) é lançado!

“Homens não costumam usar o banheiro em bares” (e/ou tergiversações sobrevivenciais do gênero)

Criada, protagonizada e eventualmente dirigida por Michaela Coel, a telessérie “I May Destroy You” (2020) é genial pelo modo como serve-se de estratagemas editoriais para falar sobre traumas de estupros e/ou vice-versa: a catarse convertida em narrativa(s) destaca-se pela pluralidade de leituras e pelas aberturas ao enfrentamento não dogmático (apesar das aparências em contrário). Trata-se de uma poderosa aula de autocrítica identitária, temperada com o mais urgente dos feminismos, o racial!

A Imagem ou a Vida!

A temática desta semana, talvez não seja muito diferente da semana passada; embora menos confessional… Uma pessoa da minha família – uma senhora – faz anos e quero oferecer-lhe um perfume. Mas um perfume é algo muito pessoal e é preciso ter muito cuidado. Por isso, andei na net em busca do que diziam sobre […]

Glória dos Traidores

quando não gostamos de filmes ou livros, não assistimos e não lemos; ponto final. Não vamos exigir ao estúdio que faça um novo filme e, muito menos, pedir ao escritor para escrever o livro de outra maneira

Cinema Paraíso…

Há pessoas que acham que ir passar uma tarde numa sala escura em lugar de ir apanhar sol é quase um crime de lesa-majestade! Coitados, em vez de estar a bronzear-se sob este sol brilhante, fecham-se numa sala escura e ainda pagam por cima! Além de fugir ao calor e às horas proibitivas do sol, […]