“De onde eu venho, as pessoas são acostumadas a não ter papas na língua”: a propósito da segunda temporada de uma excelente telessérie


Situada no início da década de 1920, “Boardwalk Empire – O Império do Contrabando” teve cinco temporadas e é protagonizada por Steve Buscemi, que interpreta Nucky Thompson, tesoureiro corrupto de Atlantic City, que arregimenta a sua riqueza através do tráfico de bebidas alcoólicas, durante o período da Lei Seca. Ele apaixona-se por Margaret Schroeder (Kelly Macdonald), que apanha constantemente do marido, o que a leva a aceitar o convite de Nucky para morar consigo, depois que este ordena o assassinato de seu rival amoroso. Nucky é constantemente acompanhado por Jimmy Darmondy (Michael Pitt), um veterano de guerra que, em determinado momento, decide tornar-se, ele próprio, um chefe do crime organizado, enquanto lida com as rusgas entre a sua esposa infeliz, Angela (Aleksa Palladino), e sua mãe controladora, Gillian (Gretchen Mol), além de contar com o apoio do taciturno Richard Harrow (Jack Huston), um ex-soldado que teve o rosto deformado na I Guerra Mundial.
“Talvez o ódio seja mais forte que a morte, como estás a perceber”, ou aquilo que aprendemos com as tramas de terror…


Antes de proceder à indicação audiovisual desta semana, é necessário que seja acrescida uma declaração de consciência, por parte deste redator: algumas vezes, aquilo que testemunhamos ao nosso redor é ainda mais atroz que os enredos de alguns filmes — não obstante, haver um intercambiamento imitativo entre eles. Assistir a um telejornal, por alguns minutos, […]
“Este é o fim de uma história de amor e dever, em que o dever prevaleceu”: sempre é tempo de falar do que é importante (em todos os sentidos do termo)!


Os dez primeiros episódios da primeira temporada de “The Crown” foram escritos pelo dramaturgo Peter Morgan, que demonstra um nível absoluto de excelência no modo como transita por diferentes gêneros e como biografa alguns personagens que ainda estão vivos – e que poderiam censurar o seu manuseio enredístico de acontecimentos reais. A direção dos episódios, porém, coube a realizadores distintos, o que engendra uma espécie de irregularidade entre os primeiros e os derradeiros episódios, já que a glória vislumbrada no início cede progressivamente espaço aos dilemas entre público X privado no desfecho.
Padrão de alta qualidade HBO: “eu sempre estou do teu lado, mesmo quando finjo que não”!


A despeito das contradições inerentes ao consumo das narrativas seriadas, o canal de TV HBO segue criticamente valorizado como detentor de um patamar superlativo de apreciação, em que os episódios de suas telesséries funcionam quase como longas-metragens à parte. Não por acaso, as narrativas seriadas produzidas por esta emissora requerem um envolvimento emocional muito mais intensificado, ao contrário do mero despejo de eventos e clímaces que caracterizam a celeridade tramática das produções originais da Netflix. E é assim que chegamos a um dos lançamentos mais elogiados do ano: a minissérie estadunidense “Mare of Easttown”.
“Se eu expusesse os meus seios ao calor, será que eles cresceriam?”: ‘anime’ está longe de ser “birra de criança”!


Quando esta série estreou, estavam em evidência os ‘tokusatsu’, e, sinopticamente, “Neon Genesis Evangelion” parece ser conduzida da mesma forma. Porém, à medida que os episódios avançam, notamos de maneira embasbacada uma mudança radical de condução narrativa: os embates são meros pretextos para que conheçamos as crises emocionais dos personagens, evidenciando o poderoso substrato psicanalítico do roteiro, escrito pelo próprio diretor, com base em experiências de sua vida íntima marcada pela depressão.
“Quando assistir ao noticiário tornou-se algo tão interessante?”: da TV para a vida real, e-ou vice-versa


Depois de receber um prêmio Emmy de Melhor Comédia por um especial de Natal realizado em 2018, no qual Jesus Cristo desaparece após alcoolizar-se na Última Ceia, a Netflix realizou uma releitura bíblica ainda mais audaciosa, envolvendo menções homossexuais e toxicomaníacas. Como consequência, alguns alardistas pretensamente religiosos iniciaram um boicote à plataforma. A audiência ao […]
Julgamentos oculares – ou de quando não há justiça na pretensão de sobrevivência…


Em maio de 2019, foi lançada, com certo alvoroço crítico, a minissérie “When They See Us” – no Brasil, rebatizada como “Olhos que Condenam” – dirigida pela conceituada cineasta negra Ava DuVernay. Baseada num atordoante caso jurídico real – sobre cinco adolescentes condenados à prisão por conta de um brutal estupro que não cometeram. A audiência reativa a “Olhos que Condenam” é imperativa, portanto!
“Hoje é nós, e amanhã é nós de novo!”: ou de como erigir um lugar de fala em meio à contínua assimilação…


Goste-se ou desgoste-se do ‘funk’ contemporâneo, há algo valiosamente expressivo ali. O mesmo quanto à invasão neopentecostal, que serve-se oportunamente de chavões vocacionais como: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”!
