“Na verdade, eu nunca gostei de almoçar sozinha. Eu apenas finjo!”: tu sabes o que é, em telemarketing, uma rechamada?

Não é por acaso que os cineastas da Corpeia do Sul foram exitosos na produção de tramas sobre a exploração empregatícia ocorrida no setor de telemarketing: recomendamos o magistral drama “Solitários” (2021), da diretora estreante em longas-metragens Hong Sung-Eun. Este filme está disponível na plataforma Mubi e impressiona pela maneira como a solidão titular encontra eco nas exigências ocupacionais do setor supracitado.

Adoecimento físico e psicológico no telemarketing: esgotamento induzido do precariado

Por conta disso, o setor de telemarketing é o grande bode expiatório do precariado, sobretudo em sua vertente toyotista – ou seja, embasada na fragmentação de classe, a partir de uma lógica pretensamente participativa que desespecializa os funcionários, visto que estes realizam funções genéricas, em que o fruto de seu trabalho não engendra produtos, mas o serviço em si, que não pode ser mensurado.