“É fácil rimar utilizando nomes de manobras [de skate], pois quase tudo termina em -ip”: mais um elogio ao novíssimo cinema brasileiro!

Protagonizado por Sofia Librandi e Pedro Transfereti, que interpretam personagens cujos nomes sequer são pronunciados, “Kickflip” (2025, de Lucca Filippin) compartilha, ao longo de oitenta e oito minutos, situações que, na maneira como são montadas, metonimizam a manobra titular: os dois garotos estão quase sempre juntos, inventando maneiras ingênuas de entretenimento, como quem engole mais ‘marshmallows’, num desafio de Internet, ou quem adivinha qual parte do corpo está sendo tocada com o dedo, enquanto alguém está com os olhos vendados. Diante disso, a solidão de ambos é hipertrofiada através do excesso de exposição: quanto mais eles se afastam, mais sofrem…