“Teu espanhol é suficiente bom para a poesia”: ruídos cinematográficos através dos tempos (e espaços) cosmopolitas da Arte

Sobre o mais recente filme de Apichatpong Weerasethakul, convém acrescentar que, de fato, a sua proposta extremamente sensorial requer um espaço de exibição adequado à total imersão do espectador. Se há uma produção cinematográfica que faz jus, hoje em dia, ao célebre ditado do filósofo Heráclito de Éfeso [540 a.C. – 470 a.C.], que prediz que “nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois, na segunda vez, o rio já não é o mesmo, nem tampouco o homem”, esta é, sem dúvida, “Memória”. Em tese, isso vale para qualquer situação artística, mas o despejo de genialidade que o diretor aplica neste filme valida tal menção hiperbólica: afinal, ele consegue dirigir até mesmo as nuvens!