Sobre a importância de averiguar as benesses da literatura ‘pop’ [3/4]: “quer moleza? Estude [Ciências] Humanas”!


O truísmo que apregoa que todo mundo tem direito à liberdade de expressão, numa democracia, desemboca, atualmente, na proliferação de discursos de ódio, de inversão de valores considerados canônicos e de ode inassumida à extinção da humanidade. De que adianta continuar escrevendo, num contexto como esse? Chega-se o momento de falar sobre a adaptação cinematográfica da novela “A Matemática das Flores”, da blogueira e escritora Bruna Vieira, que deu origem ao longa-metragem “Um Ano Inesquecível” (2023, de Bruno Garotti & Jamile Marinho).
Em defesa da mídia física: “quando não se tem algo bom para dizer, é melhor calar”?


O texto ora redigido surge como esforço deste colunista para lidar com os píncaros de uma estafa física e emocional, que o acomete há alguns dias. Partindo-se da pergunta “quem lê tanta notícia?”, que Caetano Veloso lança numa canção icônica (“Alegria, Alegria”), convém buscar algum alento nalgo que traz conforto legítimo, simultaneamente entretenedor e informativo. O colecionismo de mídias físicas surge como opção válida, ainda que a aquisição de DVDs não seja uma unanimidade entre os cinéfilos hodiernos…
Nova declaração de princípios, ou: uma vez jornalista, a voz não se cala. Discorda-se, abafa-se, renega-se, mas a voz não se cala!


Após um alvissareiro contato com os editores deste jornal, voltado à Comunidade Científica de Língua Portuguesa, fui prontamente reacolhido, e estou novamente apto a compartilhar as minhas impressões sobre alguns títulos e eventos, no afã por somar-me à luta diuturna pela defesa de nossos direitos humanos. Através de nosso acesso aos produtos culturais, aprendemos mais, podemos encontrar afetos e ressonâncias em relação àquilo que pensamos e sentimos.
“Muito pior é a monocultura de mentes, com a propaganda como agrotóxico!” (a propósito de mais um documentário)


A TV Globo esforça-se para obnubilar a perseguição que desferiu contra o líder do Partido dos Trabalhadores, novamente concorrendo à presidência do Brasil. Numa entrevista ocorrida em 25 de agosto de 2022, no “Jornal Nacional”, quiçá o noticiário televisivo mais influente do país, foi difundido que o ex-presidente não está em débito com a Justiça Brasileira. E é nesse contexto que “A Fantástica Fábrica de Golpes” (2022 , de Valnei Nunes & Victor Fraga) é lançado!
“Contra o ‘terror branco’, responderemos com o ‘terror vermelho’”/ “Na Rússia, tudo de importante é decidido em Moscou”: entre uma e outra frase, mais de cem anos!


Apesar de serem produzidos em circunstâncias absolutamente distintas, os filmes aqui analisados possuem uma condução histórico-narrativa que flerta com a linguagem jornalística. Se a produção vertoviana é um predecessor do que veio a ser conhecido como cinejornalismo, o outro documentário assume isso de maneira explícita, visto que é produzido pelo canal televisivo norte-americano CNN. Nos dois casos, deparamo-nos com estratégias propagandísticas, que visam à legitimação do que é proferido por seus personagens reais.
E quando o pretenso discurso antipropagandístico é também propagandístico, o que a gente faz? [observação: tudo o que fazemos é político!]


Fingindo ser uma realização norte-coreana contrabandeada internacionalmente, “Propaganda” (2012, de Slavko Martinov) serve-se de vasto material de arquivo para expor as limitações democrático-midiáticas ocidentais, a partir de uma crítica incisiva ao modelo imperialista de dominação cultural estadunidense. A fim de hipertrofiar o seu charme denuncista, não há créditos internos, de maneira que o mito da difusão clandestina da produção é reiterado…
Em defesa do documentário: “quando a imprensa se curva perante as autoridades, estas tratam mal os cidadãos”!


Dentre os títulos elegíveis para indicações ao Oscar 2021, o filme romeno “Colectiv” (2019, de Alexander Nanau) desponta como um dos favoritos às categorias Melhor Documentário e Melhor Filme Internacional. Além de ter recebido um dos principais prêmios no 25° Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, em 2020, recebeu mais uma vintena de láureas em festivais cinematográficos ao redor do mundo, além de variegadas indicações. É, desde já, um dos exemplares mais importantes do gênero neste início de século XXI…
Ressignificando más notícias: “essa dor que sentes é porque estás a virar pajé”!


Numa má conjuntura noticiosa, que afeta de maneira determinante as comunidades indígenas do País, a disponibilização do filme “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” (2018, de João Salaviza & Renée Nader Messora) surge como recomendação mais que benfazeja. Premiado na mostra ‘Un Certain Regard’ do Festival Internacional de Cinema de Cannes, este longa-metragem rodado em Tocantins destaca-se pela sensibilidade sobressalente de seu roteiro.
Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos abre inscrições


Jornalistas, artistas do traço e repórteres fotográficos de todo o Brasil têm até 6 de agosto para inscrever suas produções e concorrer ao 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Considerado uma das mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog tem abrangência nacional e reconhece, ano a ano, trabalhos […]
Quando o jornalista Tchékhov foi ao inferno


Uma obra de fundamental importância lançada em 2018 foi pouco abordada pela imprensa: a tradução direta do russo de A ilha de Sacalina, de Anton Tchékhov (1860-1904), feita por Rubens Figueiredo, com sensível posfácio de Samuel Titan Junior, professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade […]
O dia em que o Bicho Mexeu


A semana passada, aquilo que se passou com o ultimo Live de «Como é que o Bicho mexe…», da autoria de Bruno Nogueira, encheu as redes sociais de comentários espantados de especialistas em Marketing; um caso de estudo para alguns e uma prova, para outros, de que os artistas tinham outras formas menos clássicas de […]
O ‘new-new journalism’ é ‘high-tech’: à beira do ‘lockdown’, ficamos reféns do ‘cyberporn’. Diálogo salva vidas, visse?


A sujeição às Tecnologias de Informação e Comunicação [TICs] torna-se cada vez mais premente e a anglofilia impregna as expressões vernaculares de vários países. O hipermodernismo está em curso – e é nesse contexto que o curta-metragem egípcio “Major Tom” (2017, de Khaled Medhat Moeit) surge como indicação elementar.
Conversa da treta


Deparei-me esta semana com a seguinte publicação, de alguém que sigo no Instagram, e que segundo esse alguém foi publicado no JN: Nas semanas de isolamento social que ainda temos pela frente, teremos tempo suficiente para refletir sobre que tipo de país e estilo de vida queremos no pós pandemia. É difícil escrever crónicas por […]
Jornal abre inscrições para novas(os) colunistas


Já estão abertas as inscrições para novas(os) colunistas de A Pátria – Jornal da Comunidade Científica de Língua Portuguesa. Esse periódico online tornou público um edital para acolher novas(os) colaboradores. As(os) interessadas(os) devem ter titulação de mestres e/ou doutores. Até 15 de março 2020 as inscrições podem ser realizadas pelo e-mail geral@apatria.org, com cópia para […]
Sobre a capacidade de “ser maravilhoso, de uma maneira repulsiva”: o jornalismo enquanto vocação influenciadora


Em muitos casos, a fronteira noticiosa entre público e privado é sobremaneira tênue. E, obviamente, o cinema hollywoodiano soube explorar muitíssimo bem tal peculiaridade atrativa do Jornalismo, de modo que urge a recomendação de um dos clássicos absolutos sobre esta profissão: “Jejum de Amor” (1940), dirigido pelo mestre cinematográfico Howard Hawks (1896-1977).
Revista Naus: as historicidades críticas para desvelar o jornalismo


Esse texto é a primeira parte de um artigo publicado na Naus, Revista Lusófona de Estudos Culturais e Comunicacionais (V1N2), editada pela Ponteditora, da Ilha da Madeira, Portugal. Não é raro encontrar pesquisas sobre jornalismo que trazem análises válidas de produtos, processos, conteúdos, discursos, mas com pouca sustentação histórica dos objetos investigados. Em alguns casos, […]
“Quando estivermos prontos, acontecerá algo; quando acontecer algo, estaremos prontos!”


A fórmula contida no título foi extraída do filme de guerrilha intelectual “Partner” (1968), terceiro longa-metragem do genial cineasta Bernardo Bertolucci (1941-2018). Na cena em pauta, um professor de teatro desafia a sua turma a criar ação a partir de situações banais do cotidiano: “o teatro é uma das vias para se chegar à realidade”, gritava ele. O desafio é para nós, espectadores!
