Temos um Melhor Filme do Ano? (Um texto enquanto despedida subjetiva – ao menos, por enquanto)

Nas mais de três horas de duração de “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução”, o espectador não tem tempo para ficar entediado: o filme é tecnicamente irrepreensível e fascinante em suas pulsões genéricas assaz exageradas. As intervenções musicais são acachapantes e os momentos de embate são estrondosos: o filme é superlativo em termos fotográficos, sonoros, directivos, actanciais e discursivos (vide o modo imponente como a bandeira indiana surge, em mais de uma seqüência). Os efeitos visuais são esplêndidos – havendo um aviso inicial de que os animais que aparecem em cenas de lutas foram inseridos digitalmente. Trata-se de uma grata surpresa, que, no momento em que escrevo estas linhas, configura-se como o melhor filme contemporâneo visto em 2022.

“De que serve um criado sem patrão?” (lições fílmicas de oportunismo capitalista)

Adaptado a partir de um romance do escritor indiano Aravid Andiga, “O Tigre Branco” possui muitas similaridades rítmicas com os filmes do cineasta britânico Danny Boyle, tanto que, em determinado momento, faz uma emulação distintiva de caráter chistoso, quando o protagonista declara que não participou de nenhum programa televisivo de perguntas e respostas para poder modificar o seu destino…

Corona Island

Gostam de beber uma cerveja fresquinha no verão; ou, mesmo, no inverno? Eu gosto e – às vezes – sabe mesmo bem; parece que nos faz reviver e nos acorda para a vida… Não; isto não é uma apologia ao álcool. É bem sabido que a maior parte das sensações provocadas pelo álcool são somente […]

Ligando o mar e a terra: a velha aliança em funcionamento na Índia ocidental

Teotonio R. de Souza[1] A política britânica de consolidação do império na Índia no contexto da “Revolta dos Cipaios” (1857) conseguiu mobilizar a administração portuguesa no Estado da Índia a colaborar. Convinha isso aos portugueses como parceiro menor do império, particularmente no contexto das invasões napoleónicas de Portugal e a fuga da família real para […]

Ir à Índia sem abandonar Portugal

[vc_row][vc_column][vc_column_text dp_text_size=”size-4″] Foi o texto da minha conferência no colóquio realizado em 5-6 de Junho de 2015 e dedicado a Agostinho da Silva como o rosto da Lusofonia, na Universidade Lusófona (Lisboa). O tema fez o título de uma obra desse pedagogo, entrevistado por Gil de Carvalho e Manuel Hermínio Monteiro, que juntaram a informação […]