“Se alguém me perguntasse ‘qual é a tua religião?’, eu responderia: ‘a infância’!”

“Saudade Fez Morada Aqui Dentro” (2023, de Haroldo Borges) é um filme que faz jus à potência poética de seu título. A despeito de acontecerem situações que, noutro tipo de desenvolvimento tramático, poderiam desencadear conflitos duradouros (uma briga entre namoradas, a própria cegueira de Bruno, a cena em que ele é abandonado por Ângela num local ermo), o roteiro – escrito pelo diretor e por Paula Gomes – é marcado pelo improviso, por uma impressionante naturalidade nas atuações, a ponto de, em inúmeros momentos, pensarmos tratar-se de um documentário.

“Se não fosse a guerra, eu casaria com ela”: mais uma vez, voltaremos a estes assuntos…

Baseado no romance “Sotnikov”, do escritor belarusso Vassil Bykov [1924-2003], “A Ascensão” (1977) permite-nos acompanhar a jornada de dois soldados soviéticos, em meio a um rigoroso inverno e à perseguição inclemente dos nazistas. Na seqüência inicial, alguns aldeões fogem através de uma floresta congelada, quando os protagonistas são escolhidos para buscar comida para as pessoas esfomeadas.

A política contemporânea é uma trama hitchcockiana invertida?

Sob a égide dos esforços propagandísticos de guerra em Hollywood, Alfred Hitchcock realizou, através de “Sabotador” (1942), uma obra externamente afim às convenções de gênero da época, sem a profusão dos rasgos sumamente autorais que o eternizaram enquanto “mestre do suspense”. Vendo o filme hoje em dia, percebemos que há muitas perspectivas indiciais em meio à sua estrutura enredística convencional.

Rumo ao abismo? Pensando com Edgar Morin sobre mitos e futuro

Vivemos tempos de incertezas e lidamos com a pior delas: a incerteza angustiante do presente isolamento social e projeção do mundo pós pandemia da COVID-19. Quando sempre falamos das inseguranças de uma sociedade cada vez mais conectada, tendo a internet como protagonista nas relações sociais, econômicas, culturais, etc., tratamos de uma incerteza de futuro que […]

Isolamento social preventivo X acolhimento audiovisual curativo: o abraço que provém do olhar…

Contemplado por um projeto governamental de fomento à produção de documentários regionais – infelizmente, não mais vigente na gestão bolsonarista, dolorosamente refratária à cultura –, o longa-metragem “Avenida Brasília Formosa” (2010) segue à risca o jargão do projeto: “quando a realidade parece ficção, é hora de fazer documentários”. Portanto, é um ótimo e contundente filme, sobremaneira adequado para quem encontra-se atualmente em quarentena.