“Mas, afinal, quem vive?”, ou o que pode ser dito sobre uma obra que fala tudo?

Aprioristicamente, não há mais nada a ser acrescentado às variegadas análises que foram feitas sobre este clássico inicialmente subestimado da cinematografia estadunidense. Quando foi lançado, ele resultou num fracasso de bilheteria, o que foi ressignificado a posteriori, quando veio à tona a versão particular do diretor, sem a narração em ‘off’ e o final feliz imposto pelos produtores. Os críticos ocuparam-se em diagnosticar a genialidade da obra, que converteu-se em objeto de culto. E, quanto mais revemos este extraordinário filme, mais descobrirmos algo sobre ele – e, por extensão, sobre nós mesmos…

A toxicomania é um percurso? O cinema oferta uma posologia consciente!

O longa-metragem sul-africano “Barry Fritado” (2020, de Ryan Kruger) é bastante necessário: exibido com muito alarde crítico na décima sexta edição do Fantaspoa – Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, que, em 2020, foi completamente virtual – este filme oferece-nos uma incursão deveras inusitada na temática toxicômana, assemelhando-se, em lógica discursiva geral, ao conto “O Alienista” (1882), do celebrado escritor brasileiro Machado de Assis [1839-1908].

La vida loca

Tenho visto que muitas pessoas continuam a sua saga pré-pandémica. Para muita gente, tudo se manteve na mesma, após o regresso à normalidade. Para eles, não há nova normalidade; está tudo igual… Também eu, por vezes, caio nessa esparrela de achar que está tudo na mesma, mas não está; e basta olhar em volta. Há […]