Já inventaram um botão para pular as cenas de sexo, nos filmes? “É verdade que uma pessoa pode morrer de tanto transar?”


Nas mídias sociais, são abundantes – não enquanto piada, infelizmente – a requisição de um “botão para pular cenas de sexo” nos serviços de ‘streaming’. A fim de se evitar o prolongamento do machismo, via adoção assimétrica da nudez entre os gêneros, “joga-se o bebê fora, junto com a água suja”, para utilizar um oportuno ditado popular.
“Eu pensei que ela fosse virgem!”: quando lembramos das pornochanchadas cariocas, o sexo é mesmo o maior problema?


Dentre os filmes brasileiros que superaram a difícil cifra de meio milhão de espectadores em 1978, o longa-metragem em episódios “Pintando o Sexo” (1977, de Egydio Eccio & Jairo Carlos) aparece entre eles. Trata-se de um filme moralmente ignóbil e associado aos piores aspectos do que hoje entendemos como “machismo estrutural”. O próprio título do filme, com uma menção oportunista ao erotismo, surge como falso problema, no sentido de que a sexualidade, se devidamente exercida e/ou liberada, poderia estimular um proveitoso debate político, no que tange à prerrogativa de interação benfazeja entre os indivíduos.
Sobre a importância política (da repressão) do gozo: celebrar o quê?


Protagonizado pela bela Sylvia Kristel [1952-2012], este filme é a segunda parte da cinessérie original sobre as aventuras eróticas da personagem criada pela escritora Emmanuelle Arsan [1932-2005]. No primeiro filme, a trama é passada na Tailândia, país natal da escritora, que deixa evidente, desde a homonímia, o caráter autobiográfico de sua jornada de autodescobrimento sexual. No segundo filme, há uma aparente repetição do percurso inicial, mas sobre outra perspectiva. Não é uma protagonista isenta de culpa, ainda que não haja qualquer tipo de questionamento acerca de suas atitudes. É um benefício abusado pelos ricos, não esqueçamos.
“Atrás das árvores, os animais, belos e nus, dão-se tão facilmente”…


Sentimentos aflitivos que tomam de assalto as pessoas esclarecidas e privilegiadas que são obrigadas a lidar com as conseqüências do confinamento requerido para dirimir a contaminação causada pelo CoronaVírus. No longa-metragem “Liberté”, os personagens encontram-se num afã gozoso para sentirem prazer (ou, ao menos, libertarem-se do desprazer extremo)…
A agonia de Eros e a cultura digital


Dentre as maiores preciosidades que os gregos deixaram para a humanidade temos, sem dúvida, a sua mitologia. Milhares de anos depois, seus mitos são sempre revisitados, reinterpretados e atualizados. Narciso e Eros são frequentemente evocados para explicar fenômenos que vão da psicologia a comportamentos da sociedade de consumo. São dois referenciais de beleza e amor, […]
Para além (ou aquém?) dos quiproquós chanchadescos…


Por conta do modo depreciativo com que a imprensa da época referia-se às comédias rápidas e carnavalescas da década de 1950, muitos filmes qualitativos foram obnubilados sobre o rótulo subgenérico de “chanchadas”. Mas, felizmente, vários pesquisadores descobriram recentemente as benesses insignes da filmografia de Watson Macedo (1918-1981), cineasta bastante importante na manutenção industrial do cinema brasileiro.