“Eu estava ocupado, imaginando como sufocaria todo mundo naquela sala”: daquilo que toleramos, politicamente…


“Zona de Interesse” é um filme atravessado por diversos paradoxos e contradições. A recepção crítica a ele foi bastante dividida, aliás: muitos apressaram-se em celebrar a produção como genial, por conta dos experimentalismos de seu diretor, que não mostra o Campo de Concentração de Auschwitz e, ao invés disso, faz com que percebamos o que acontece ali através de ruídos onipresentes e atemorizantes; houve quem tachasse o filme de ignóbil e manipulador pelos mesmos motivos, alegando que o realizador serviu-se de um pretexto atroz para exibir o seu virtuosismo técnico. E há quem considere que ambas as categorias não são necessariamente excludentes.
“A gente tem que ter um sonho, não é?”: a democracia enquanto fábula aplicável!


Declarando hipocritamente que são patriotas, os manifestantes de extrema-direita aproveitam qualquer oportunidade para cantar o Hino Nacional Brasileiro e/ou entoar orações em voz alta. Mas ignoram aspectos importantes da constituição cultural do país, visto que o ministério concernente a esta área foi extinto na gestão presidencial de Jair Messias Bolsonaro. O restabelecimento do Ministério da Cultura será uma das primeiras providências corretivas do novo mandato do presidente eleito. E, por conta disso, temos a obrigação de exaltar alguns valorosos filmes brasileiros que estão estreando em circuito comercial, como o ótimo “Paloma” (2022, de Marcelo Gomes).
“É preciso uma guerra revolucionária contra a guerra imperialista para acabar de vez com a Guerra” (à guisa de manifesto)


No fulgor de seus oitenta anos de idade, o cineasta Neville D’Almeida esteve disposto a comparecer num cinema de rua, na pequena cidade nordestina de Aracaju – capital de Sergipe, menor Estado do Brasil –, onde apresentou o seu primeiro longa-metragem para um platéia entusiasmada. Tratava-se de “Jardim de Guerra” (1968), filme atualmente exibido em sua integralidade, mas que foi tolhido pela Censura, que exigiu que o diretor concordasse com a retirada de seqüências importantíssimas, quando o filme tentou ser lançado, em 1970. Dentre estas, o discurso mui apaixonado proferido pelo ator Antônio Pitanga, que vocifera contra o racismo e profere o brado que intitula este artigo…
Partido político é gênero literário nonsense?


Em novembro serão eleitos os governantes dos Municípios localizados no país das Maravilhas, o Brasil. Na Cidade Maravilhosa, Rio de Janeiro. a qual acompanho melhor o processo eleitoral, nos grupos do aplicativo de mensagem, até então unidos, inicia-se o regresso a barbárie de ataques por conflitos de achismos políticos. Nessa luta armada por torpedos, me […]
