“Desculpe-me se não te estendo a mão, mas eu venho do estábulo”, ou: mesmo quando é triste, podemos dizer que é ‘gay’?

Realizado em homenagem ao cineasta existencialista Valerio Zurlini [1926-1986], “O Sabor do Grão” (1986, de Gianni Da Campo) possui uma seqüência breve mas deveras assertiva, no que tange à definição de seus interesses: o diálogo em que o diretor da escola em que o protagonista trabalha o repreende por apresentar o romance ‘Cronaca Familiare’ (escrito por Vasco Pratolini, em 1947) para os seus alunos, alegando que este livro requer uma maturidade emocional que não corresponde àquela demonstrada pelos adolescentes matriculados. Não por acaso, este romance foi justamente adaptado por Valerio Zurlini, sob o título “Dois Destinos” (1962). Tudo se interliga, afinal.

Sobre a vida, via cinema, quando tem que ser! (um libelo nipônico)

Célebre por suas habilidades pictóricas, Akira Kurosawa elaborava a fotografia de seus filmes como se fossem verdadeiros quadros, mas não descuidava dos elementos significativos dos roteiros, que comumente exaltavam uma ternura sobressalente, uma confiança desmedida no ser humano. E é isso que percebemos em seu derradeiro filme: “Madadayo” (1993).