“Eu deixei o telefone fora do gancho”: ou de quando precisamos nos desconectar para conseguir alguma conexão… (e/ou vice-versa)


Convém lançarmos novas luzes a obras que, num momento inicial, foram incompreendidas e sumamente rejeitadas. Um exemplo oportuno é a (aparente) comédia estadunidense “O Telefone” (1988), único longa-metragem cinematográfico dirigido pelo ator Rip Torn [1931-2019]. Lançado em janeiro de 1988, este filme foi um fracasso de bilheteria e recebeu péssimas e unânimes críticas, mas, sendo descoberto hoje em dia, quando os telefones celulares praticamente se converteram em extensões inorgânicas de seus usuários, demonstra-se sobremaneira advertente. Além de, claro, chamar a atenção para o extremo talento de Whoopi Goldberg, então insuficientemente reconhecido, em termos dramatúrgicos.
“Tu jurarias, para mim, que manterás a tua fé, a despeito de qualquer pressão?”: não é apenas sobre religião!


Ao longo dos cento e vinte e nove minutos de duração do filme “Silêncio” (1971, de Masahiro Shinoda), acompanhamos demorados e impressionantes processos de tortura, como o instante em que uma esposa é amarrada num poste, enquanto o seu marido é enterrado no chão, prestes a ser pisoteado por um cavalo. Noutro momento, praticantes locais do cristianismo são crucificados numa praia, em meio à maré crescente, até que sejam completamente cobertos pelas águas. Crentes de que despertarão no Paraíso, após a morte, eles cantam, não obstante o sofrimento. Testemunhando o martírio destas pessoas, Sebastião começa a refletir sobre os motivos para o silenciamento de Deus…
A novidade da gravidez de Maria


Uma reflexão sobre o significado da gravidez de Maria e sua novidade em relação a outras intervenções divinas que engravidaram mulheres
A interpretação da fé, das obras e do conceito de salvação (2ª Parte)


Nesta segunda parte, concluo a reflexão sobre o uso da fé como produto de mercado. Indulgências modernas Sem me alongar num estudo sobre as origens do Pentecostalismo, “Ele tem suas raízes no Movimento Holines, uma tendência que se alastrou pelas Igrejas dos EUA – principalmente as metodistas – na segunda metade do século XIX” (HILL, […]
A reconquista cristã, as cruzadas e a formação da nacionalidade (parte II)


O artigo a seguir é a segunda parte do texto: “Proposta de introdução às origens da nacionalidade: os equívocos historiográficos I” Para o contexto da denominada “reconquista cristã”, importará referir que a partir do segundo quartel do século VIII vários movimentos revoltosos no seio do reino Omíada (período aureo da governação islâmica na península ibérica) […]
A renascença Carolíngia


Entre o século VIII e IX, sucede a “Renascença Carolíngia”, no seio da corte real de Carlos Magno, que procurou recriar a tardia Roma cristã. Nesta época toda a actividade intelectual e artística emanava das autoridades laicais e clericais, por isso era necessário um clero letrado, pois só assim se podia cristianizar a Europa. Assim, […]
A cristianização do império romano


“A mera decapitação não fora suficiente. Seguiram-se mais golpes, tirando o escalpe a Atena, arrancando o elmo da cabeça da deusa, partindo-o em pedaços. Seguiram-se mais golpes. A estátua tombou do seu pedestal, depois os braços e os ombros foram cortados. O corpo foi deixado sobre a terra, de barriga para baixo; o altar próximo […]
Estrada de Fogo


Ser artista nunca foi fácil… Todos os seres humanos, independentemente da sua ocupação profissional, precisam de se sustentar. Alguns – poucos – conseguem conciliar aquilo que são com aquilo que fazem, mas a grande maioria não; a grande maioria vive num limbo existencial entre aquilo que faz e aquilo que é. Destes, a maior parte […]