“Depois que aquele alarme de puberdade tocou, tudo começou a dar errado” — ou quando uma identificação legítima é também forçada!


Em “Divertida Mente 2”, ao invés de as situações ficcionais serem expostas ao nosso cotejo íntimo, a fim de que possamos ou não nos identificar, estas surgem como imposições generalistas, de modo que quase todo mundo assume que é ansioso e que experimenta recorrentemente o mal-estar apresentado no filme. Não se nega que isso ocorra de maneira espontânea, mas, ao mesmo tempo, tal condição faz parte de uma programação ardilosa da faceta hodierna do capitalismo: é mister tornar todo mundo ansioso e duvidoso das próprias capacidades (intelectuais, físicas, afetivas, etc.) para, logo em seguida, apresentar tramas em que isso seja tematizado explicitamente, de modo que o espelhamento identitário redunde em garantia de lucro e divulgação.