Sobre a importância de averiguar as benesses da literatura ‘pop’ [1/4]: “alguém já parou para pensar que ‘Inferno’ e ‘Inverno’ são quase a mesma palavra?”


O lançamento, em 2015, do livro “Um Ano Inesquecível”, composto por quatro novelas românticas, cada uma delas concernente a uma estação do ano, animou parte do mercado editorial destinado ao público infanto-juvenil, mas gerou alguma desconfiança entre críticos literários sisudos, que rejeitam tramas intencionalmente escapistas. O mesmo ocorreu quando, em 2022, foi anunciada, pelo serviço de ‘streaming’ Amazon Prime Video, a produção e o posterior lançamento de uma quadrilogia de filmes, baseados nas novelas em pauta.
“Desculpe-me se não te estendo a mão, mas eu venho do estábulo”, ou: mesmo quando é triste, podemos dizer que é ‘gay’?


Realizado em homenagem ao cineasta existencialista Valerio Zurlini [1926-1986], “O Sabor do Grão” (1986, de Gianni Da Campo) possui uma seqüência breve mas deveras assertiva, no que tange à definição de seus interesses: o diálogo em que o diretor da escola em que o protagonista trabalha o repreende por apresentar o romance ‘Cronaca Familiare’ (escrito por Vasco Pratolini, em 1947) para os seus alunos, alegando que este livro requer uma maturidade emocional que não corresponde àquela demonstrada pelos adolescentes matriculados. Não por acaso, este romance foi justamente adaptado por Valerio Zurlini, sob o título “Dois Destinos” (1962). Tudo se interliga, afinal.