Os conteúdos de autoaprendizagem interativos que muitas vezes referimos como módulos de e/b-learning compreendem já uma história muito longa, que remonta ao inicio da década de 80 e aos primeiros computadores pessoais. Durante quase quarenta anos testemunhamos poucas mudanças na forma como se promove a aprendizagem por esses meios, mesmo que a forma de distribuição tenha evoluído da disquete para o CD ou para a Web.
Não obstante, nos últimos anos, os governos de países desenvolvidos têm mostrado entusiasmo com as possibilidades de redução de custos, flexibilidade, atualidade, personalização, facilidade de acesso e democratização que a aprendizagem online pode oferecer, sem barreiras de tempo ou espaço.
Nesta “Era da Informação” onde se procura a força do trabalho por competências e conhecimento em detrimento de uma força braçal, a “aprendizagem ao longo da vida” é cada mais uma questão de sobrevivência e, em teoria, encontra no ‘e/b-learning’ um parceiro ideal. Na prática, nem sempre o cenário é tão claro e simples, a inconsistência de muitas das soluções inundadas de efeitos visuais, encandeiam os olhos de quem o utiliza e quando a noite cai o efeito que produz é nulo, ou quase. Os múltiplos processos que desaguam em canais de conhecimento, e muitas vezes de desconhecimento, têm origem nestas falsas premissas sobre a aprendizagem digital.
Este cenário confirma a opinião dos mais céticos, que embora reconheçam o potencial do e/b-learning ainda se convencem pelas desvantagens que insistem em fazer valer o seu lugar.
O problema reside no foco do nosso olhar crítico, determinado pelo como, quando e onde o e/b-learning deve ser usado. Reconhecendo a infância em que se encontra e a evolução contínua das tecnologias, cada vez mais rápidas, confiáveis e interoperáveis, o seu futuro promete abalar as estruturas educativas há muito instaladas.
O seu destino está traçado e o percurso para o alcançar não é simples, nem rápido, há ainda muitas pontes a construir e muitos obstáculos para ultrapassar, caso contrário corremos o risco de cair no abismo da falsa aprendizagem.
A solução ilustra um processo de confluências de pensamentos e experiências dos paradigmas da educação superior, da transformação curricular para cursos adequados à atual sociedade digital e do pensamento transfigurante da inovação pedagógica.
Mais do que mapas e rotas predefinidas procuram-se estratégias que possam suportar as melhores decisões na imensidão e complexidade da atual sociedade digital e em rede em que se enquadra, ou que se procura enquadrar, o e/b-learning no contexto nacional do ensino superior.