Uma das coisas que mais me surpreendeu nas últimas semanas ocorreu no Linkedin…
Sucintamente: comecei a ver surgirem, no meu feed, postagens sobre o Teletrabalho. Até aqui tudo bem, porque devido à Pandemia havia – e há – muitas empresas – e bem – a recorrer ao Teletrabalho e poderiam ser postagens de gente interessada em ajudar as pessoas a lidarem com esta nova realidade. Era?
Não.
Quase todas as postagens alertavam para aspectos singulares; diria eu.
Vejamos; algumas falavam de como este Teletrabalho – provocado pelo Covid 19 – não era um verdadeiro Teletrabalho; outras diziam que não era justa a existência destes novos Teletrabalhadores porque para eles o começo fora muito difícil, porque tiveram de investir muito dinheiro e muito deles próprios; havia ainda aqueles que estavam preocupados com o facto de o Teletrabalho não ser para toda a gente; e, por fim, surgiam aqueles que lamentavam esta generalização do Teletrabalho, porque assim não se dava valor aos que tinham começado/implementado o Teletrabalho…
É mentira alguma destas preocupações?
Não; mas são disparates…
Pandemias à parte – que justificam, na generalidade, a existência de Teletrabalhadores, agora -, acho que toda aquela gente é vitima de uma grande confusão.
Todos os autores das postagens são profissionais independentes – vulgo Freelancers -, no entanto, apesar dos Freelancers – regra geral – trabalharem à distância, não se encontra definido que sejam só eles que o possam fazer; e, logo, o Teletrabalho não é uma exclusividade do Freelancer. Dito isto, quem faz Teletrabalho – e se o fizer contratado por uma empresa – não tem necessariamente de investir dinheiro e trabalhar na criação de uma carteira de clientes, porque tem uma empresa por detrás que o fará por ele. Portanto, toda essa conversa de que eles foram os primeiros a fazer Teletrabalho e que tiveram que investir muito dinheiro e esforço não faz sentido por duas razões; e duas razões, apenas: nem se estão a referir ao Teletrabalho; nem o Teletrabalho é necessariamente ser Freelancer…
Confusos?
Esta gente ficou assustada com a generalização do Teletrabalho, sentiu o seu nicho invadido, e contra-atacou, confundido o que são com o que fazem; ou seja, confundido o ser Freelancer com o facto de trabalharem à distância.
Não tiro o valor aos Freelancers, nem ao seu esforço, mas gostaria de os lembrar que o Teletrabalho é só o trabalho à distância e que qualquer pessoa o pode fazer, desde que lhe dêem recursos para tal… Em resumo: uma pessoa para trabalhar à distância não tem que ser um Freelancer; já um Freelancer tem que ser um Teletrabalhador. Acho que a confusão está aqui…
E é isto…
Vamos lá todos continuar nos nossos papéis; sem medos, porque há espaço para toda a gente.
Imagem de cromaconceptovisual por Pixabay
3 respostas
Nem mais. Adorei o seu texto.
Acrescento que a desconsideração dos queixosos por um sem número de casos, que irei elencar, é fruto de um brutal egocentrismo e egoísmo.
Pessoas com graves dificuldades de mobilidade ou deficiência, mulheres com baixa médica por gravidez ou pós-parto, membros da sociedade que enfrentam problemas de sociabilizarão ou outros de foro psicológico, bem como a terceira idade, que sentiram na pele o isolamento, o desprezo, a marginalização social e profissional, convencidas de que a culpa da inutilidade era sua ou que nada estava ao seu alcance para contribuírem, agora constatam o contrário.
Além do que escrevi, vou também partilhar!
Nem mais. Adorei o seu texto.
Acrescento que a desconsideração dos queixosos por um sem número de casos, que irei elencar, é fruto de um brutal egocentrismo e egoísmo.
Pessoas com graves dificuldades de mobilidade ou deficiência, mulheres com baixa médica por gravidez ou pós-parto, membros da sociedade que enfrentam problemas de sociabilizarão ou outros de foro psicológico, bem como a terceira idade, que sentiram na pele o isolamento, o desprezo, a marginalização social e profissional, convencidas de que a culpa da inutilidade era sua ou que nada estava ao seu alcance para contribuírem, agora constatam o contrário.