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Fundamentações

Fundamentações

Estou a ler a Fundação de Isaac Asimov…

Estou no princípio ainda; mas já bem agarradinho…

E não venho aqui fazer qualquer tipo de critica literária; nem ao livro, nem ao autor…

O que me traz aqui foi uma constatação que fiz, ontem à noite, enquanto lia este livro; quando percebi uma estranha coincidência sobre este livro, e este autor, e até sobre outros livros e outros autores.

Há coisas que me espantam nos meus colegas escritores. Algumas vezes são as técnicas que usam, outras vezes a coragem a que ousam para uma determinada abordagem… Como exemplo, recordo, agora, o livro «O Bom Inverno» – de João Tordo – e o espanto que me tomou quando tomei consciência, ao acabá-lo, que nunca, em momento algum, se sabe o nome do personagem principal… Era preciso?

Não…

Mas alguém pensa escrever um livro sem dar um nome ao personagem principal?

Não…

Bom; o João Tordo acho que podia, fê-lo e correu bem…

São este tipo de coisas… Estão a ver?

Às vezes, diz-se que os escritores – nomeadamente os de ficção – complicam as coisas, arrastam-se por páginas quando podiam resumir tudo… Bom; a quem pensa assim, tenho duas coisas a dizer: se não gostam de ler ficção, fiquem-se pelos ensaios e revistas especializadas; e que se nós – os escritores – vos fossemos dar ouvidos, acabava-se a ficção. É que quase todos os grandes livros – e refiro-me a grandes em dimensão, também – conseguem-se condensar em muito menos páginas; por duas razões simples: a primeira, porque os dramas sobre os quais se escreve são sempre os mesmos, e conseguem-se resumir em três linhas – talvez; e a segunda, porque toda a história, sobre a qual se escreve, começa – talvez – numa formulação de três linhas também…

Mas é a partir daquelas três linhas que o escritor desenvolve a sua narrativa, conta aquilo que quer contar, aborda as temáticas que sente ter de abordar, desenvolve a sua magia… Quando se quer que o escritor seja sintético no que escreve, é o mesmo que querer transformar um livro numa cerveja sem álcool; está lá tudo, menos aquilo que a torna especial, que a define enquanto cerveja… E – sejamos sinceros – um livro é muito mais do que a história principal que se resume; um livro tem o enredo, os sub-enredos – às vezes, os sub-sub-enredos –  e os segredos dos personagens e, sempre que o resumimos – ou tentamos -, parece-nos sempre incompleto… Não é assim?

Mas não era sobre isso que eu queria falar. Era sobre a minha constatação…

Qual é que era mesmo?

Ah!

Não… Acho que se me passou…

Imagem de Kai Reschke por Pixabay 

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