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A desUnião Europeia…

A desUnião Europeia…

Uma coisinha tão pequenina, com um tão grande poder.

Revelando nossa fragilidade  e impotência, nossos limites tão frágeis, assoalhando muita coisa escondida, trazendo para a luz situações inconvenientes que necessitam ser vistas sob a claridade de nossa inequívoca realidade, na timidez das inconveniências que procuramos disfarçar, mas que exigem ser reveladas para que as enfrentemos desassombradamente, a crise do Covid 19 escancarou a desUnião na Europa. Situações que vão desde a falta de liderança que se tem hoje, em todo o mundo é verdade (assunto recorrente em minhas crónicas), até a visível falta de iniciativa para enfrentar dificuldades mais complexas, que fogem ao entendimento simples e visível, por conta de suas características novas e desconhecidas (como já analisei várias vezes ao focalizar os problemas ambientais e outros daquilo a que chamei as penitências do Milenário).

Na UE, União Europeia, foi ficando cada vez mais clara a incapacidade de agir como uma verdadeira União, e tratar os assuntos em conjunto, dando resposta em todo o espaço Schengen como uma solução comum, ignorando interesses particulares, ultrapassando o maior ou menor poder das partes, e enxergando a Europa (dos 28, agora 27) como uma só unidade. Essa incapacidade tornou-se mais evidente durante a crise das dívidas financeiras, onde as respostas necessárias foram tardias e inadequadas (Salvou a UE de uma total perda de sentido o Sr. Mário Draghi, com sua firmeza e simplicidade, respondendo a uma pergunta sobre o que faria para salvar o Euro: “Tudo o que for preciso.” foi sua resposta avassaladora em 2012, e salvou a moeda.) ainda que essa resposta devera ter vindo 3 a 4 anos antes, mas veio, ainda que tardia, e produziu os efeitos conhecidos, caso contrário não haveria mais UE.

Há coisa de meio século, nos anos 70, li um livre cujo título era “Europe, an emergent nation?” não me lembro o autor, e não o pude encontrar entretanto, mas essa pergunta, tão objetiva, trazia à luz uma situação que era absolutamente necessário analisar, de ser avaliada para a sobrevivência da União. Só pode haver UE, se esta for entendida como um país único, onde os Estados membros são, e se comportam, como Estados numa federação, dentro de um único e mesmo país, com o interesse comum sobrepondo-se ao das partes. Mas não é assim, ainda que a teoria, mesmo esta ainda fraca em sua explicitação (pois falta muita legislação que promova a União como um todo) pretenda atingir essa meta em ideal. Entretanto nos momentos cruciais, e já o vimos demasiadas vezes, os Estados membros cuidam de si, em prejuízo dos demais. Foi assim, por exemplo, quando a Sra. Merkel actuou para salvar a dívida da banca alemã, empurrando esta para a União, como se estivesse a resgatar os Estados detentores de suas dívidas. E vemos a cada passo os interesses particulares dos Estados, sobretudo dos poderosos, se sobreporem ao desejo comum, ou seja, contra o desiderato pretendido.

Agora outra vez a economia da União é posta em choque, desta feita por um inimigo invisível que a paralisará a pouco e pouco, em face das medidas restritivas necessárias para combatê-lo, e necessita de uma resposta forte, objetiva e comum, mas não consegue para manter-se ativa esperando que passe a crise. Entretanto só produz respostas tímidas, e a tibiez equívoca da actual presidente do Banco Central Europeu, com seu pouco caráter, contrasta firmemente com as boas diretivas do anterior presidente do BCE, o Sr. Draghi. Estamos como que encalhados, sem rebocador que nos salve, e o que é necessário é só papel (não acreditem que as notas e euro são outra coisa, porque não são, assim como as de dólares ou qualquer outra moeda), para enfrentar esse período onde tudo irá parar.

Os euros em sendo apenas papel para quem os imprime, a União, são recursos valiosos para quem os circula, os Estados membros, onde, como sangue, faz movimentar a seiva vital para a vida económica das nações que se uniram em moeda única (não são todos os Estados membros) o que se reflete na sobrevivência comum da União como tal.

Valores ocultos, posto que o aumento do meio circulante para salvar as economias mais expostas, logo as mais frágeis, a dos Estados menos poderosos, enfraquece um pouco a vitalidade das reservas e a pujança dos que dispõem de muita moeda e muita força exportadora, o sacrifício necessário a salvar a economia de todos como um bloco, situação que a nível individual é absolutamente dependente de suas reservas, de seus níveis de endividamento (por isso Portugal comprometeu 4% de seu PIB, e Espanha quase 20%) variando muito em suas possibilidades de terem acesso a recursos (dinheiro) porque só o que importa de momento é manter a economia operacional, circulando, e só o dinheiro tem esse poder, uma vez que o trabalho e a produção ficam restringidos pela estagnação física mister a combater o virus.

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