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Sociedade Martins Sarmento: museu e coleções

Sociedade Martins Sarmento: museu e coleções

A Sociedade Martins Sarmento (SMS) é uma instituição cultural, localizada em Guimarães, Portugal, que reflete o percurso associado ao desenvolvimento educacional e cultural da cidade, não só por ser a mais antiga instituição neste domínio, mas também por albergar no mesmo edifício, um museu, uma biblioteca e um arquivo documental.

Formada oficialmente em 1882, em homenagem a Francisco Martins Sarmento, arqueólogo vimaranense, o seu objetivo inicial era a formação educativa dos trabalhadores vimaranenses para que a indústria da cidade pudesse evoluir. No entanto, ao longo dos anos seguintes a Sociedade começa a alargar o seu campo de ação, necessitando de um edifício próprio, nomeadamente para acomodar todo o seu espólio num só local. Neste sentido, em 1885 é instalada no antigo edifício do Convento de S. Domingos, onde foi depositado, uma primeira fase o material arqueológico, no claustro quatrocentista do mesmo. Começava assim a constituir-se o museu arqueológico, devedor em grande parte das doações feitas por pessoas e instituições que reconheciam o valor cultural da Sociedade. Mais tarde forma-se a biblioteca, que funcionou em tempos em conjunto com a biblioteca municipal.

A instituição é conhecida pelo seu museu arqueológico, um dos museus mais antigos de Portugal, e pelo espólio que o constituiu, mas também pela posse de um riquíssimo património bibliotecário e arquivístico.

O museu, como anteriormente referido, foi instalado em 1885 no antigo claustro do Convento de S. Domingos, era composto pela coleção particular de Francisco Martins Sarmento. As peças tinham sobretudo proveniência da Citânia de Briteiros e Castro de Sabroso (sítios arqueológicos, povoados durante a Idade do Ferro), mas também de outros locais explorados pelo arqueólogo, localizados na sua grande parte do noroeste português.

Atualmente, parte do museu continua instalado nas dependências do antigo Convento de S. Domingos, mais precisamente no claustro, mas também na escadaria e na galeria que foi acrescentada na última década do século XIX.

A forma como as peças estão organizadas, o mobiliário e a arquitetura interior refletem a doutrina museológica de finais do século XIX e inícios de século XX, já pouco comum nos museus da Europa.

Desta forma o museu distribui-se por cinco secções: a secção a indústria pré e proto-histórica, que se encontra na galeria superior do Claustro de S. Domingos; a secção de epigrafia latina e escultura antiga, colocada na escadaria, no claustro e no jardim; a secção de numismática, esfragística e medalhística, que antigamente estava depositada na sala da industria pré e proto histórica mas que atualmente possui  poucos exemplares em exposição ( no mesmo local) por razões de segurança, uma vez que parte da coleção desapareceu por roubo, encontrando-se a que restou em reserva. No caso da secção de etnografia moderna, que atualmente estava instalada numa das atuais galerias de arte junto da entrada do edifício, atualmente grande parte da coleção encontra-se em reserva, continuando a existir algumas peças em exposição na sala referente à secção de arte contemporânea e também na zona de entrada do edifício. Por fim, a secção de arte moderna cuja maioria das peças se encontram na sala que inicia oficialmente a tour pelo museu.

A secção de indústrias pré e proto-históricas (depositada na galeria localizada em cima do claustro) é uma das maiores motivações das visitas turísticas no museu da Sociedade. O espólio arqueológico exposto destaca-se pela variedade e qualidade de estado de conservação. O maior destaque vai para a coleção relativa à cultura castreja, grande parte dela proveniente da zona noroeste de português e adquirida, tal como a maioria das peças do museu, por via de doações.

O percurso de visita inicia-se pelos expositores que abrangem o período desde a Idade da Pedra até à Idade do Bronze.

Relativamente à Idade da Pedra podem-se encontrar materiais de pedra lascada e de pedra polida. O espólio de pedra lascada é o mais antigo referindo-se ao período do Paleolítico, sendo possível observar machados, facas e pontas de setas feitas de sílex e também materiais feitos em osso. No que toca à pedra polida existe uma coleção de diversas proveniências do Norte e centro do país, na qual se destacam os machados, martelos, raspadores e polidores. Algum do espólio referente a este período teria, possivelmente, um fim mágico ou religioso, como é o exemplo das pedras furadas proveniente da Penha (Guimarães) e de Portalegre.

No que toca ao período do Bronze, a coleção é na sua maioria proveniente do norte de Portugal e pode-se constatar a existência de machados (lisos e de uma ou duas aletas), alabardas e pontas de lança. Existem ainda outros materiais como exemplo agulhas, fíbulas, fivelas, alfinetes de toucado, no entanto as que merecem maior destaque são o Carro Votivo e o espeto provenientes de Paredes.

Referente aos períodos seguintes, Idade do Ferro e época romana, existem também bastantes exemplares. Da Idade do Ferro destaca-se a coleção de cerâmica proveniente da Citânia de Briteiros e Castro Sabroso, com fragmentos de elementos utilizados em contexto doméstico, essencialmente. Já a cerâmica referente ao período romano contém materiais de pasta fina, pintada e terra sigillata. Podem ainda se encontrar exemplares de telhas, tijolos e de canalizações.

O percurso termina com a coleção de ferro, de variadas épocas históricas-entre elas a Idade de Ferro e Época Medieval- composta por chaves, sachos, pregos, pontas de lança, alviões das mais diversas proveniências.

Outra secção de destaque é a referente à epigrafia latina e escultura antiga, formada por 150 peças, quase todas de granito, que se reparte por inscrições honoríficas e sepulcrais, aras votivas, elementos de ornamentação, peças arquitetónicas, marcos miliários, objetos usados em contexto industrial e exemplares de estatuária, como é o exemplo de uma das peças mais emblemáticas, conhecida por Guerreiros Lusitanos.

No museu, paralelamente às peças expostas, destaca-se ainda a decoração do teto da galeria, de finais do século XX. Trata-se de um elemento de elevado interesse artístico, em bom estado de conservação, não tendo conhecido nenhum tipo de restauro desde a sua construção.

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