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Como combater a hesitação vacinal e prevenir doenças?

Como combater a hesitação vacinal e prevenir doenças?

Em tempo de Verão pensa-se na vacinação.

O caminho para limitar a hesitação vacinal e obterem-se resultados positivos passa pelo sério investimento em literacia em saúde, o que significa o aumento de competências da população, o seu envolvimento, assim como na capacidade de intervenção local das unidades locais de saúde de proximidade.

A literacia em saúde salva vidas (OMS, 2021).

Os profissionais de saúde de proximidade continuam a ser fontes confiáveis e credíveis que podem incentivar, esclarecer. Devem faze-lo durante o período de verão, durante a vacinação. Apesar do crescimento dos influencers, bloggers, e outros artistas terem cada vez mais peso na decisão das pessoas com baixa literacia em saúde.

Os pares são bons elementos para reforçar a importância da vacinação, sobretudo aqueles que já superaram a hesitação vacinal.

As pessoas querem sentir um ambiente seguro e confiável, para elas e para as suas famílias.

Reafirma-se que o investimento em literacia em saúde, e por isso em competências geradoras de motivação, reforça a visão e a intervenção em grupos diversificados e mesmo com baixa literacia em saúde. Uma boa segmentação da informação, adequada aos públicos-alvo é o caminho inicial para depois se organizarem os objetivos e as consequentes estratégias para cada objetivo.

A construção positiva de soluções e mostrar que já muitos o fazem de forma organizada, consciente e sabem a proteção acrescida da vacinação também é uma estratégia essencial.

Organiza-se uma lista não extensiva de soluções apresentadas por vários países e organizações que têm estado atentos e ativos no combate à hesitação vacinal e à prevenção da doença.

Muitas vezes os recursos financeiros são reduzidos ou limitados para a cobertura de todas as ações, sobretudo as que envolvem campanhas de vacinação pagas.

Uma abordagem mais direcionada e personalizada sobre a hesitação vacinal é sempre mais eficaz para se lidar com os desafios de saúde pública. Que intervenções?

Esforços intensificados para detetar casos de doenças, através de controle de vetores
Articulação das unidades de proximidade efetivas com integração de cuidados e as áreas da saúde, com pontes para o social e educação
Uma boa segmentação da informação, adequada aos públicos-alvo
Os Media locais e nacionais podem apoiar a disseminação
Recolha e tratamento de dados para análise estatística
Sistema de vigilância adequados ao local, geografia, necessidades
Trabalho com Associações de Doentes
Trabalho com Grupos de Voluntários e Pares
Unidades de saúde e profissionais de saúde baseados na comunidade
A envolvência de vários stakeholders também é facilitador da reflexão e do combate aos negacionistas
Aumento da confiança nas organizações dos serviços de saúde, agências e empresas farmacêuticas
Aumento de competências da população (+ autorregulação) e o seu envolvimento: + conhecimento, + capacidades, + atitudes face aos atributos pessoais
Investimento nas escolas com as crianças e jovens
Jogos — gamificação sobre mais valias da vacinação
Narrativas e storyteling sobre a vacinação e os medos das crianças
Fonte: elaboração própria, baseada em Liu e Chu, 2021, OCDE, 2024; Orr et al, 2022.

Uma crescente confiança nas organizações dos serviços de saúde, agências e empresas farmacêuticas aumentou o processo de vacinação, pese embora uma franja populacional de negacionistas ou de pessoas que querem levantar as condicionantes como o uso de máscaras.

Através das unidades de proximidade efetivas com integração de cuidados e as áreas da saúde, com pontes para o social e educação (pelo menos), promove-se um verdadeiro acesso à saúde, e onde estão incluídos todas as pessoas, os seus grupos ou comunidades e no ciclo de vida, contribuindo para uma maior equidade em saúde. Isto significa que é preciso tratar de forma diferente o que é diferente.

Segundo os estudos de Liu e Chu (2021), os profissionais de saúde são fontes eficazes de informação, e por isso, de promoção da ação e da intenção geradora de comportamento

  • A eficácia percebida e a preocupação com a segurança mediaram os efeitos da confiança na aceitação da vacina.
  • A esperança mediou a influência da confiança na intenção de aceitação da vacina (Liu & Chu, 2022).
Fonte: elaboração própria, baseada em Liu e Chu (2021).

Numa pesquisa longitudinal ( N = 534) no final de 2020 e início de 2021 para avaliar as relações diretas e indiretas entre a confiança na atitude das pessoas em relação à vacina COVID-19, a intenção de vacinação e a adoção real da vacina, verificou-se que a confiança nos profissionais de saúde, fabricantes de vacinas e agências de saúde pública são vitais para a aceitação pública da vacina COVID-19 (Liu & Chu, 2021).

O poder da prevenção.

OCDE (2024, p. 7) relata sobre a vacinação:

“Melhorar a literacia em saúde — e a literacia em matéria de vacinas, em particular, é indiscutivelmente um dos passos mais importantes no avanço da cobertura vacinal, especialmente à luz do facto de que a forma como as pessoas interagem com os seus sistemas de saúde tem grande influência na sua capacidade de melhorar a sua própria saúde.

A vacinação é fundamental para a construção de sistemas de saúde mais resilientes e sustentáveis. Trata-se de um investimento rentável que representa uma parcela relativamente baixa das despesas nacionais com a saúde em comparação com os benefícios substanciais que gera para a saúde e a sociedade.”

A OCDE (2024) destaca no seu relatório sobre a saúde que a chave para uma melhor resiliência económica assenta nas medidas preventivas, que reforçam a resiliência da saúde, incluindo estilos de vida saudáveis, atividade física, vacinação e autocuidado. Estes domínios devem permanecer no nosso centro das atenções, mesmo fora do contexto da COVID-19. Acrescentaria, mesmo para +preparação das próximas pandemias.

O relatório reforça ainda que é preciso “priorizar a saúde para hoje e amanhã. Os atuais sistemas de saúde dão prioridade à resposta às doenças atuais e carecem de atenção na preparação e prevenção” (OCDE, 2024, p. 6)

Conclusão

É preciso avaliar melhor se as reações da população que parece estar a ser “negacionista” muitas vezes está camuflada pela saturação destas pessoas em relação ao tipo de informação que é veiculada, sem ser “significativa” para elas. É preciso tocar a emoção combinada com a razão para que haja efeitos claros.

Há franca evidência que os resultados são melhores se existir uma combinação de estratégias de limitação da hesitação vacinal, e não apenas uma ou duas. A combinação eficaz entre os vários stakeholders, que devem passar a comunicar mais entre si e não apenas para o mercado ou população pode gerar mais integração das intervenções e aumentar a população com proteção vacinal.

Referências

Liu, S., & Chu, H. (2021). Examining the direct and indirect effects of trust in motivating COVID-19 vaccine uptake, Patient Education and Counseling, (2021). https://doi.org/10.1016/j.pec.2022.02.009

OCDE. (2024). Health as a key for economic resilience Contribution to the 2024 OECD Health Ministerial Meeting. OCDE.

Orr, C. A., & Gordon, R. (2022). Using Health Behavior Theory to Address COVID-19 Vaccine Hesitancy: A Scoping Review of Communication and Messaging Interventions. American Behavioral Scientisthttps://doi.org/10.1177/00027642221138274

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