EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish
EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish

Neste princípio de milênio nós vivemos uma crise de referencias mais que tudo. Perdemos os referenciais porque deixamos que se lhes ocupassem os lugares outros valores que são pseudo-valores, são falsos como notas de três euros, mas como têm escrito nelas ‘3 Euros’  todo mundo pega.  E porque?   Primeiro de tudo porque fomos enganados pela insidiosa manifestação destes outros valores, que, tendo a capacidade de seduzir, tiveram, e têm, a torpe capacidade de nos dominar. Crédulos de que os valores do conforto, do bem estar, da família em situação tranquila, eram os mais importantes, posto que são de enorme importância, esquecemos que acima destes valores todos esta um, que por inerência, está aparentemente presente nas nossas vidas de sociedades modernas democráticas : a liberdade. Nem sempre!


Sim perdemos a liberdade,(1) política primeiramente, porque os países se envolveram até a ponta dos cabelos, se por acaso ainda têm cabelos os países, sujeitos aos sistemas econômicos e financeiros de poder que os dominam, (2) depois perdemos a liberdade social, porque uma sociedade só é livre quando pode fazer sua escolhas independentemente de qualquer pressão de qualquer ordem, que é o que não acontece, e (3) por fim perdemos a liberdade econômica, porque só pode fazer escolhas econômicas consoante suas prioridades, quem tem liberdade financeira. E é este o busílis, a liberdade financeira, roubaram-nos a liberdade financeira permitindo que o dinheiro ganhasse um protagonismo que não tem. Ou que só o tem porque lhe atribuímos. Ou seja o instrumento transformou-se em instrumentador, os meios transformaram-se em fim.


Isto dito, a conclusão é que vivemos uma época de inversão de valores ou de perda deles, porque esta sujeição aos mercados, esta priorização do dinheiro em nossas vidas, esta ação de uma realidade financeira que rouba em segundos, décadas da ação econômica, é uma subversão da ordem das coisas, que vamos penar muito para reinverter, se é que o conseguiremos algum dia.

Entretanto anda todo mundo por aí perdido em meio a estes falsos referenciais, acreditando estar fazendo o que é certo, acreditando estar governando (nós, as nossas vidas, os políticos e das de nós todos) quando na realidade estamos, tudo e todos, sujeitos aos interesses e prioridades dos mercados e suas decisões acríticas e sem sentimentos, amorais em sua maioria, que seguem como avalanche de verdade, sendo de mentira, que são. Anda todo mundo sem saber para onde vai, acreditando que irão ter a bom porto. E isto vai roubando lentamente à tudo e à todos, à cada um de nós e à nós todos, o discernimento do que é verdadeiramente importante. Enquanto não redescobrirmos o que é que deve regular as sociedades, com o que devemos expressar nossas vontades no sentido de atingirmos a felicidade, e felicidade  dá satisfação, mas satisfação não é felicidade. Enquanto não ponderarmos quais são as coisas que realmente precisamos para sermos felizes, e entre elas certamente não está o último modelo de ‘I pad’, e procurarmos centrar nossas vidas naquilo que nos torne permanentemente maiores e mais ricos, e não falsa e ilusoriamente em coisas que nos alegram, é verdade, mas não nos acrescentam nada.

Imagem

Descarregar artigo em PDF:

Download PDF

Partilhar este artigo:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on email
Email

TAGS

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.

LOGIN

REGISTAR

[wpuf_profile type="registration" id="5754"]