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Não existe isso de um Brasil verdadeiramente dividido. Existe o faroeste.

Não existe isso de um Brasil verdadeiramente dividido. Existe o faroeste.

O Brasil sempre foi isto mesmo, uma expressão de enormes massas eleitorais que se movimentam circunstancialmente ao redor de dois grandes polos que se opõem, se quiserem podem chamá-los de Esquerda e Direita, ou Progressistas, conservadoras e reacionárias, mas é bem mais que qualquer desses rótulos, dependendo… Ideologia necessita de cultura, leitura, e informação para se manifestar, e consolidar um ser humano. E desses dois grandes blocos, ora um, ora outro ascendia ao poder, dependendo das capacidades populistas do candidato de cada um, ou de suas qualidades humanas, variando.

Faroeste = Far West = Extremo-oeste, o brutal Wild West = Oeste selvagem.

Após da compra da ‘Louisiana’ a Napoleão Bonaparte por Jefferson, em 1803, e com a necessidade da ocupação do território Sul dos EEUU, posto que das Apalaches às Rochosas, dos Grandes Lagos ao Golfo do México, tudo era território por ‘desbravar’. Onde deveriam levar a Lei, a Ordem, a Civilização e o Desenvolvimento a essa enorme área, transformá-la em Estados dotados de governo e justiça, que foi a grande epopéia que o cinema americano, e algo do italiano, não cansam de contar, devido a grande dose de brutalidade e aventura que esta contém. Tudo ocorria, então, ao redor do primeiro e mais expressivo bem dos seres humanos: A TERRA. Então se invadiam as terras, tomavam-nas aos índios, seus primeiros ocupantes e donos, e o Governo Federal americano apoiava e protegia aos invasores, matando os índios, ou os empurrando para as reservas, e as disputas eram decididas À BALA, entre os muitos ocupantes destas terras. Tendo demorado mais de um século, pois ia se desenvolvendo muito lentamente o processo de por ordem nos territórios, com a Guerra Civil, em 1865, agiliza-se, e a ‘fronteira’ se fecha, como o diz Turner, em 1890, com o Censo desse ano demonstrando não haver mais ‘fronteira’, e os territórios se vão transformando em Estados, até 1912, quando fica consolidado o mapa político da grande nação, com a implantação da ordem e da Democracia.

‘Vox populi’.

Diz uma apoiante do não reeleito atual presidente da República brasileira : “Temos de reverter isso de alguma maneira.” Sem saber o que diz, prega o Golpe com outras palavras. Eu vejo a ‘reversão’ por outro prisma, o da legalidade, seja ‘reversão’ o que for, ou o que venha a ser. A reversão mister é a do estado de coisas, é a da lei em toda parte, da instrução, da ordem pública, dos instrumentos que protejam o cidadão e sua cidadania, com tudo isso defendendo a Democracia.

A ‘desova’.

Pela baixada fluminense, uma extensa área do Estado do Rio de Janeiro, onde habita grande parte de sua população, em condições algo mais insalubres que a do resto do Estado, porque sucessivos governos não investiram no progresso destes municípios que compõem a baixada, permitindo que em muitas áreas formaram-se guetos, como são as favelas em toda parte, que transformaram essas áreas nos locais preferidos para jogarem os cadáveres – a desova – dos que são assassinados pela ação de diferentes interesses que aí se movimentam – polícias, milícias, grupos de extermínio, cadetes dos grupos das drogas, etcétera, e mesmo grupos políticos e seus agentes que aí atuam – transformando essas zonas de moradia em locais inseguros – sem Sherifs – sem Lei, sem ordem, territórios que buscam integrarem-se no Estado, deixando o faroeste – forma aportuguesada da palavra que indica selvageria mais que tudo.

Contexto.

Para um bom enquadramento dessa realidade que se formou muito impulsionada pelos grupos de fora-da-lei, sobretudo os do narcotráfico, é mister notar que, como expressão do poder, muitas das forças que se movimentam nesse submundo, procuram instrumentos de dominação, que vão desde o religioso, instituindo ou controlando – centros de macumba, igrejas evangélicas, padres e igrejas, entidades sociais e assistenciais, e de cidadania, até os próprios políticos dessas áreas, alguns emersos mesmo das próprias populações residentes, e, ademais, em representação desses interesses mais abjetos e inconfessáveis muitos deles, no estabelecimento de um elevador social escandaloso e desvirtuado, que uma vez estruturado, consolida-se na imensa teia de interesses que se movimenta e faz movimentar tudo isso, com um só propósito: DETER PODER.

Brazilian far west.

Num processo lento, dentro de uma bolha que constituída a parte, é destacada da realidade, o que é intolerável num país riquíssimo como o Brasil, cujos interesses políticos – projetos de poder – mantém o status quo tão somente como instrumento de exercício desse mesmo poder, que se traduz diretamente em riqueza para os fora-da-lei, em votos para os políticos, em poder e remuneração para a extensa rede de intermediários estabelecida, mantendo-se o faroeste, que não tem perspectiva de terminar, posto que sua manutenção atende aos interesses instalados.

“Brasil acima de tudo.”

Só esse ato de se esconder após os resultados mostra que o atual presidente não respeita, nem jamais pôs ou põe o Brasil acima de tudo. Porque o Brasil é seu povo, e este democraticamente se expressa como uma maioria, mesmo que seja esta de apenas um cidadão à mais. Entretanto o conluio com os interesses mais baixos e sórdidos deste submundo que há em muitas regiões do Brasil, mantém a troca de favores, a corrupção miúda, e a ascensão ao poder, político, econômico, e social, de vária ordem e níveis, onde todos que praticam as regras destes guetos, o que convém ao sistema geral, que vai desse modo criando seus monstros e gerando suas oportunidades.

É fácil.

Acabar com esse estado de coisas é muito fácil, basta que haja alguém com poder que prescinda dessa fatia de poder, do dinheiro, e dos votos, que o faroeste brasileiro proporciona, e atue. E este faroeste existe em muitas e distintas regiões, titereado de muitas e diferentes maneiras, e por diferentes comandantes. No Brasil todo mundo sabe disso, e ninguém faz nada. Só levando a lei e a ordem, custe o que custar, a esses guetos, a essas bolhas de exclusão, que existem com se fizessem parte de uma realidade paralela, onde o poder, a lei, a ordem e os instrumentos de civilização não existem, como se fossem outro mundo. => Vai custar vidas, vai. Vai levar tempo, vai. Vai requerer vontade hercúlea e determinação absoluta, vai. Só poderá ser feito por quem tenha credibilidade e independência, sim, só. Ao Lula está dada esta oportunidade neste seu final de carreira política, se a aproveitar, será lembrado e homenageado no Brasil daqui há trezentos anos.

O auge.

A incrementação da violência, que é, e traz consigo, o faroeste, aumentou com o fornecimento dos meios, graças a facilitação da venda de armas, que atingiu um pico que leva-nos a duas confrontações irrecorríveis. Uma, a da perpetuação do faroeste, sem retorno à vista ao universo da legalidade, se não se tomar com desígnio nacional acabar com o faroeste, ou há a que nos leva à outra, a do confronto final, que terá de impor a obediência às Leis, e o restabelecimento da ordem nessas bolhas de exclusão. Não existe uma terceira opção. Esta é a verdadeira divisão do Brasil, que desaparecerá no instante que tomarmos como desígnio fazer do país um só, sem zonas de exclusão, porque todos, menos os fora-da-lei, desejam um Brasil sem guetos, sem zonas de exclusão.

SOMOS TODOS BRASILEIROS.

Vem aí a Copa, vamos todos torcer juntos. E esse mal da divisão passa logo, menos para aqueles que engendraram-no, que é uma reduzida minoria.

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