Um jornal satírico francês foi brutalmente atacado, teve dois terços de seus cartunistas assassinados, por ter publicado umas caricaturas de Maomé. O Islão terrorista, uma face abominável dessa religião, que não perdoa ninguém e que certamente acredita que irá voltar a dominar um quarto do planeta, tem, nesta década transcorrida desde o massacre ocorrido no jornal satírico até hoje, perpetrado milhares de atentados, cruéis, despropositados, contra gente inocente, que não tinha caricaturado o profeta, mas que, pela simples razão de existir, e desse modo podendo ser assassinada, brutalizada, atacada, por estarem no lugar errado na hora errada, servindo esses atentados como intimidação, como ameaça, pelo efetivo ataque a vítimas, ações que tem como único propósito manter o terror como elemento de pressão imaterial contra sociedades organizadas, com Direitos democráticos estabelecidos, liberdade de expressão absoluta, inclusive religiosa, vivendo plenamente esses valores, e com avançada ordem social, onde há espaço para todos, inclusive para as mulheres, excluídas nessas sociedades anacrónicas, para dizer o mínimo, que mantêm vivas, em seu meio, ideias medievais, que ocorrem no nosso hoje, como ressurgência de valores superados e ultrapassados com a evolução social, anacronismos preservados por grupos, sobretudo políticos, que guardaram essas aberrações, para as disseminar como verdade outra vez. Breve irei publicar o artigo: A Época dos Psicopatas, onde iremos ver alguma desta gente.
Na sequência do atentado de Paris escrevi esse texto que se segue, o qual devemos ter em atenção:
‘L’extrèmes se touchent’ quando o real se torna cada vez mais irreal, quando é cada vez mais possível matar, sabe-se lá em nome de que.
O atentado de hoje, 7/1/2015, em Paris à sede do ‘Charlie Hebdo’ o engraçado “irresponsável” satírico semanário francês, revela que os alvos dos grupos terroristas são todos e qualquer um que eles entendam não dever existir, seja por que razão for. Se se verificar que o atentado é islâmico, como parece, terão sido as conhecidas sátiras do Charlie a razão motivadora, mas a verdadeira razão é a intolerância e a falta de humor, estes dois venenos para os quais bem alerta o Papa Francisco, esta intolerância é uma ocorrência em razão direta do preconceito exclusivo, todos aqueles que excluem quem quer que seja, consideram-se à parte, e muitas vezes o são porque nós não os incluímos, mas o preconceito é só por conta deles, e este é cultivado pelo ódio, na mesma razão em que o ódio é cultivado pelo preconceito, como em todos nós, numa função biunívoca, em que um fator gera o outro nos dois sentidos. Porém o mais grave de tudo isto é a presença e a invisibilidade discricionária de pessoas como nós, mas motivadas por sentimentos incongruentes.
A frequência com que agora ocorrem em toda parte atentados, sem cerimônia, sem temor, sem a mínima restrição, e sem que haja a menor esperança de que vão acabar, o que é o mais graves de tudo isto, porque foi abrir-se uma caixa, não de Pandora, mais do Inferno, pode-se mesmo dizer que abriram-se as portas do Inferno. — Como as iremos fechar?
Quando os extremos se tocam, estamos num ponto de ruptura, porque é mesmo quando tudo pode ser sim, como pode ser não, já não importa o que venha a ser, tornando absolutamente irreal a realidade. Os alvos agora somos todos nós, eu você, o Charlie, basta estarmos na hora errada no local errado. Por isto vai ficar a pergunta: Quem não é? (O Olho do Ogre — 7/1/2015)
Quem não é Charlie, vale dizer, quem não estará sujeito a ser vítima dessa intolerância, da esquizofrenia, do preconceito, da raiva e do rancor desses terroristas que não entenderam a mensagem do Islão, uma vez que creem que o profeta não acha nada engraçado.