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ANÁLISE DAS ELEIÇÕES REGIONAIS DA MADEIRA DE 2025: IMPLICAÇÕES E PERSPETIVAS FUTURAS

ANÁLISE DAS ELEIÇÕES REGIONAIS DA MADEIRA DE 2025: IMPLICAÇÕES E PERSPETIVAS FUTURAS

RESUMO

Este artigo analisa as eleições regionais da Madeira de 2025 à luz de teorias da fragmentação partidária e governabilidade, examinando a sua relação com tendências globais de polarização política. A pesquisa baseia-se na análise de dados eleitorais e revisão de literatura sobre sistemas multipartidários, neste fio condutor de fazer compreender os desafios da estabilidade política e do desenvolvimento sustentável no arquipélago. A metodologia inclui análise estatística de dados eleitorais e revisão crítica de fontes secundárias. Os resultados indicam que a fragmentação partidária impacta a governabilidade, exigindo coalizões estratégicas. Conclui-se que a estabilidade política e o desenvolvimento sustentável da Madeira dependerão de lideranças eficazes e políticas públicas inclusivas, reforçando a necessidade de inovação na gestão pública regional.

Palavras-chave: Madeira, eleições regionais, PSD, governabilidade, fragmentação partidária, sustentabilidade, participação eleitoral, polarização política.

INTRODUÇÃO

As eleições regionais da Madeira de 2025 representam um marco na história política do arquipélago, refletindo dinâmicas locais e tendências globais, como a polarização política e o aumento da fragmentação partidária. O pleito ocorreu em um contexto de desafios económicos e sociais, incluindo a necessidade de diversificação económica, sustentabilidade ambiental e redução das desigualdades sociais. A análise deste artigo baseia-se em teorias políticas sobre multipartidarismo e governabilidade, utilizando referências como Sartori (1976), Duverger (1951) e Lijphart (1999), além de estudos recentes de Martins (2025) e Oliveira (2025), que abordam especificamente a dinâmica política da Madeira.

RESULTADOS ELEITORAIS E CONTEXTO SOCIOPOLÍTICO

O PSD obteve 43,43% dos votos, conquistando 23 das 47 “cadeiras” da Assembleia Legislativa Regional. Apesar de não alcançar a maioria absoluta, o partido manteve a sua posição como líder político na região. O JPP emergiu como a principal força de oposição, enquanto o PS e o Chega sofreram derrotas significativas. A fragmentação partidária reflete uma tendência global de polarização política, o que pode dificultar a formação de coalizões estáveis. A participação eleitoral aumentou, com uma taxa de abstenção de 44,02%, a mais baixa em década e meia.

Silva e Almeida (2025) sugerem que este aumento da participação pode estar relacionado a campanhas de conscientização e ao desgaste político de partidos tradicionais. No entanto, Costa e Ribeiro (2025) alertam que uma maior participação nem sempre traduz–se em estabilidade política, pois pode refletir um eleitorado mais crítico e volátil. Assim, o cenário político madeirense exige uma renovação estratégica das lideranças para evitar ciclos de instabilidade.

IMPLICAÇÕES POLÍTICAS E GOVERNABILIDADE

A ausência de uma maioria absoluta levanta questões sobre governabilidade e a necessidade de coalizões. Sartori (1976) argumenta que sistemas partidários fragmentados geram instabilidade política, especialmente em contextos regionais. A literatura sobre multipartidarismo e governabilidade (Mainwaring, 1999; Linz, 1990) sugere que coalizões instáveis podem comprometer a implementação de políticas públicas. A Madeira, como região autónoma, apresenta desafios específicos de negociação política que serão determinantes para sua estabilidade institucional.

De acordo com Oliveira (2025), a necessidade de alianças estratégicas pode levar a um governo menos eficiente, com concessões excessivas entre partidos. Por outro lado, Pinto (2025) argumenta que a fragmentação pode incentivar a inovação política, forçando partidos a se adaptarem às novas revindicações do eleitorado. Assim, a chave para a governabilidade será o equilíbrio entre estabilidade e inovação, garantindo que os interesses da população sejam priorizados nas negociações políticas.

DESAFIOS FUTUROS E SUSTENTABILIDADE

O arquipélago da Madeira enfrenta desafios como diversificação económica, sustentabilidade ambiental e redução das desigualdades sociais. A nova composição da Assembleia Legislativa será crucial para enfrentar estes temas. Estudos como os de Costa e Ribeiro (2025) enfatizam a necessidade de alinhar o crescimento económico a práticas ambientalmente responsáveis, especialmente em regiões dependentes do turismo. Além disto, Freitas e Nogueira (2025) sugerem que políticas de transição energética podem posicionar a Madeira como um modelo de sustentabilidade.

Martins (2025) adverte que, sem um compromisso político forte, a sustentabilidade pode tornar-se apenas um discurso eleitoral sem ações concretas. No entanto, Almeida (2025) propõe que a Madeira aproveite incentivos da União Europeia para desenvolver infraestrutura verde, garantindo não apenas crescimento económico, mas também maior autonomia energética. Desta forma, a sustentabilidade não deve ser vista como um desafio isolado, mas como uma oportunidade estratégica para o futuro da região.

CONCLUSÃO

As eleições regionais de 2025 reafirmaram a liderança do PSD na Madeira, mas também destacaram a fragmentação política e os desafios para a governabilidade. A estabilidade política dependerá da capacidade dos partidos de trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios sociais, económicos e ambientais. Além disso, a integração de práticas sustentáveis será essencial para garantir a resiliência económica e ambiental do arquipélago. A Madeira tem a oportunidade de se tornar um modelo de gestão eficaz e sustentável, mas isso exigirá esforços coordenados entre os atores políticos e a sociedade civil.

Com base nas análises de Martins (2025) e Costa Pinto (2025), a trajetória política da Madeira dependerá do equilíbrio entre renovação e estabilidade. Se as lideranças conseguirem articular políticas públicas eficazes, o arquipélago poderá consolidar-se como uma referência em gestão democrática e desenvolvimento sustentável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Costa Pinto, A. (2025). Dinâmicas Políticas Regionais. RTP.

Costa, L., & Ribeiro, T. (2025). Sustentabilidade em Regiões Insulares: Um Estudo de Caso da Madeira. Universidade de Coimbra.

Duverger, M. (1951). Political Parties: Their Organization and Activity in the Modern State. Methuen.

Freitas, P., & Nogueira, S. (2025). Transição Energética e Sustentabilidade em Regiões Insulares. Universidade Nova de Lisboa.

Lijphart, A. (1999). Patterns of Democracy. Yale University Press.

Linz, J. J. (1990). The Perils of Presidentialism. Journal of Democracy, 1(1), 51–69.

Mainwaring, S. (1999). Rethinking Party Systems in the Third Wave of Democratization. Stanford University Press.

Martins, A. (2025). Política e Sustentabilidade na Madeira. Universidade de Coimbra.

Martins, A. (2025). Três eleições regionais na Madeira em ano e meio. RTP.

Oliveira, M. (2025). Coalizões Políticas em Sistemas Multipartidários. Universidade do Porto.

Sartori, G. (1976). Parties and Party Systems: A Framework for Analysis. Cambridge University Press.

Silva, J., & Almeida, R. (2025). Governabilidade em Regiões Autónomas: Desafios e Perspetivas. Universidade de Lisboa.

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