Farta argum acunchego
Entre eu e a bacorá
Ela me quis mordê
Eu a quis matá
Sôfrego temendo u veneno
Fui correndo lá sangrá
Tremendo fugi de medo
Cum medo de me pelá
Parecia saruê querendo pegá
Querendo mordê, querendo matá
Qui nem querequexé deixava passá
Pensav’in tudo vê a cobracorá
Por isso bolava e rolava
Curria, trimia, fingia, quizília
C’a bacorá, fugia e rebolava
Ela mi qué matá, a do canhoto fi’a
Quem corre foge d’arguém
D’arguém qui lhi quer má
Já num vorto nem si nem
Memo si Deus mandá.
Pág 72 do Antológicas.
Ilustração de Rafaela Paraná Do Coutto.