Há um passeio à beira-rio
Por onde passeiam almas apaixonadas
Vazias num mundo vazio
Num mar de águas calmas, afogadas!
São açoitadas pelas doces vagas,
Que se esmagam, uma a uma, no pontão,
São imagens vivas de tristes sagas,
Sonhos velhos encerrados num jovem coração.
Somente elas reconhecem as faces da dor,
No rio, e no mar, tristemente espelhadas;
Vivem para amar,
Mas para nunca serem amadas.
Apenas, nos dias brumosos que vão passando,
Passeiam aquelas tristes almas turvas;
Fazem a longa recta da vida,
Numa estreita estrada cheia de curvas.
Imagem de Ioannis Ioannidis por Pixabay