EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish
EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish

É portuguesa…

É portuguesa…

Sou poeta numa língua muito estranha

Uma língua rude e medonha

Em que pouca gente destreza tem

Caprichosa, desdenhosa, exigente 

Que maltrata toda gente

E a poucos costuma querer bem.

Seu pouco alcance a arreliou

Por querer a todo mundo falar

Mas isso não a calou,

Quis sempre se expressar!

Tem sido minha desdita

Tem sido minha paixão

Sou prisioneiro da dita

E é minha libertação…

Abraça meio mundo, confusa

Gente negra, branca, mulata, cafuza

Com seu doce querer bem

Esquece em seu gesto nobre

Quem é rico, quem é pobre

Nunca exclui a ninguém.

Trama rica 

Rica gama

Futrica,

Mente, engana

– Apostrofe

E barafunda.

Sempre pronta a confundir

Embaralha 

Atrapalha

Minha língua de iludir.

Com tanto melindre, tanto detalhe 

Com tanta riqueza e beleza

Em seu místico talhe

Eis a língua portuguesa.

Antológicas página 116.

Foto de fundo: Domínio público, por Pixabay.

Descarregar artigo em PDF:

Download PDF

Partilhar este artigo:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on email
Email

LOGIN

REGISTAR

[wpuf_profile type="registration" id="5754"]