Bem te vi, te vi, te vi
Não foi aqui, aqui, aqui
Foi em outras plagas, mansas, distantes
Que, não como dantes, se cantava assim
Te vi, te vi…
Não voastes passarinho
Nunca soube se tens ninho
Nunca fui chamar-te ali
Vistes não, vistes não
Não me vás chamar por tu
Que eu sou nobre
Tenho tradição
Vistes não, vistes não…
Tu segues nesta toada
Da vida desmesurada
A dizer que viu
Que por bem ou por mal
Cantas sempre, e sempre igual
Nesta forte afirmação…
E eu hei de dizer-te a ti
Bem te vi bem-te-vi.
Imagem de capa: Domínio público, por Pixabay.