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Consumo de produtos de luxo não é afetado pela crise da pandemia

Consumo de produtos de luxo não é afetado pela crise da pandemia

O mercado global de luxo deve ter queda de vendas entre 20% e 35% este ano, segundo pesquisa da Bain & Company realizada em maio, apesar de 46% dos consumidores de produtos de alto padrão não terem sofrido qualquer alteração de renda durante a pandemia, como informa levantamento da Hibou. Em contrapartida, cerca de 14,5 milhões de pessoas poderão ser lançadas na pobreza caso tenham queda de 20% na renda ou no consumo, consequência da crise econômica causada pelo novo coronavírus, conforme estudo divulgado pela BBC News e realizado por pesquisadores da Inglaterra e Austrália junto ao Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento.

O professor Miguel Hemzo, do curso de Marketing da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), explica que os consumidores de luxo são pessoas que possuem motivações diferentes para adquirir produtos de alto padrão. Desde consumidores por status até aqueles que encaram o luxo como rotineiro. Esse mercado é movido pelo poder aquisitivo e, apesar da pandemia ter afetado a maioria da população, os consumidores de luxo, normalmente integrantes de um grupo detentor de maior renda, são menos prejudicados: “[Este] período de pandemia é uma grande crise mundial onde temos a queda de renda de praticamente todas as classes sociais. A diferença é que, se você pensar em classes mais altas, elas podem fazer uma série de ajustes e cortes sem realmente perder o acesso ao luxo”.

A população de baixa renda é geralmente a mais afetada pelas crises econômicas, principalmente os jovens em busca do primeiro emprego e as pessoas com menor qualificação. Os baixos salários fazem com que as crises sejam sentidas de forma drástica e levam, inclusive, à obrigatoriedade de cortar produtos considerados essenciais, compartilha o professor Luciano Nakabashi, do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP de Ribeirão Preto: “Os salários dessas pessoas já são muito baixos, então, quando cai a renda, o impacto acaba sendo muito mais forte”.

Já a renda dos consumidores de luxo varia desde US$ 70 mil dólares até a casa dos bilhões. Geralmente são pessoas dependentes de salário que ocupam cargos de liderança, médios ou grandes empresários. A depender do nível de renda, alguns adeptos dos produtos de alto padrão podem ser pouco afetados por crises econômicas, diferentemente da maioria da população. O professor Hemzo ainda comenta que cerca de 66% dos brasileiros ganham até R$ 2 mil e aproximadamente 30% recebem acima desse valor. No Brasil, é considerado que apenas 2% da população consome luxo, portanto, “de 200 milhões de habitantes, mais ou menos 1 milhão de pessoas são as que têm poder aquisitivo para estar nesse mercado”.

 

Fonte: Jornal da USP
Texto: Kaynã de Oliveira
Imagem gratuita em Pixabay (markusspiske)

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