No país das maravilhas, membros dos Três Poderes são acusados de receber percentuais dos seus assessores.
A dinâmica é a seguinte: todo gabinete é composto por funcionários públicos e funcionários que podem ser escolhidos, são chamados de extra quadro. Tais funcionários gozam de quase todas as prerrogativas que o funcionário público.
Como são funcionários nomeados por confiança, e no país das maravilhas confiança é sinônimo de dever uma contrapartida, alguns expertos, membros dos Três Poderes, cobram um percentual da remuneração.
Alguns funcionários de confiança, tem mais confiança e nem precisam trabalhar. Não é regra, mas acontece. Esses são de confiança e privilegiados, pois gozam de prerrogativas de um funcionário público, inclusive da impressão do senso comum, qual seja “que todo funcionário público não trabalha.”
Por incrível que vos pareça, não pretendo falar de corrupção e do país das maravilhas, quero falar dos aplicativos de entrega.
Confuso? Tentarei me explicar.
Os aplicativos funcionam da seguinte forma: Um restaurante cadastra-se na plataforma e, após uma negociação, que só existe o aceito como condição para prosseguir, se torna parceiro.
Após o aceito todas as condições sem reclamar dos abusos e taxas inexplicáveis, o restaurante parceiro, vende seus produtos na plataforma de economia circular da seguinte forma: oferta o produto, o consumidor compra e um parceiro do restaurante, que ele não conhece, mas trabalha para ele, faz o serviço de entrega do produto.
Esse parceiro, vulgo estafeta, emite uma fatura para o seu restaurante parceiro. Afinal, prestou um serviço para o restaurante parceiro e recebe por entrega, repita-se sem mesmo conhecer o restaurante parceiro ou negociar o preço do seu pagamento.
No meio do caminho tinha uma pedra. Desculpa, no meio do caminho tem a sociedade empresária de tecnologia gestora da plataforma que dispõe de um ambiente promotor da economia circular, e que cobra aproximadamente 30% (trinta por cento), mais taxas, do restaurante parceiro e outro percentual do parceiro de entrega, estafeta.
Além do percentual e taxas, os parceiros arcam com o pagamento do IVA. Afinal, a sociedade empresária gestora da plataforma de economia circular, não presta serviço. Ela é cool, e fornece a experiência extraordinária de compra e venda de produtos para os parceiros e consumidores.
Daí o leitor se questiona, mas qual a relação que tem o funcionário de confiança e os parceiros? Simples: ambos repassam parte da sua remuneração, fruto do seu trabalho, para alguém que não faz nada e enriquece com essa prática.



