Desde os seus inícios- século XVI a XVII- que a imprensa periódica teve um papel fundamental na manifestação de interesses políticos, religiosos e até mesmo no desenvolvimento das cidades. Desta forma, foi ao longo dos tempos mostrando-se cada vez mais presente em processos de aquisição de conhecimento e por sua vez em pesquisas relativas ao passado.
À medida que o património documental- e por este entende-se fontes documentais que identificam elementos referentes à memória e à identidade de determinanda sociedade ou local- foi ganhando um papel de relevância, em finais do século XIX, o seu uso para pesquisas e aquisição de conhecimentos foi-se tornando um processo cada vez mais regular e normal, devido à motivação existente para a formação do conhecimento racional. Ora se os jornais e revistas, publicados de forma periódica, reportam através da publicação de notícias e artigos, referentes à atualidade (de cada época), informação detalhada sobre determinado acontecimento, também eles se podem incluir numas das categorias que identificam o património documental.
Importa destacar que, paralelamente ao desenvolvimento ocorrido durante os séculos XVIII e XX no que toca à necessidade de aquisição de um tipo de conhecimento organizado e metódico, os periódicos locais enquadravam objetos pesquisáveis que facilitavam a compreensão do passado. Passaram, assim a constituir uma das fontes mais fidedignas no que toca às pesquisas em questão, pois analisavam o quotidiano de uma determinada cidade ( por exemplo) quase ao pormenor, tornando públicas as festas, a vida política, a ecónomia dos diferentes estratos sociais e até mesmo os escândalos do mais variado tipo.
Devido ao peso que a imprensa periódica atualmente tem, para a reconstituição da memória e identidade, é fundamental que medidas de defesa seguidas de forma rigorosa, desde a sua própria promoção (através de exposições culturais, por exemplo), o incentivo da sua pesquisa e análise, classificação e inventariação, mas também o desenvolvimento da formação para o seu manuseamento e conservação. Para que este processo seja levado a cabo da forma mais correta, instituições como as bibliotecas, arquivos, sociedades e museus, possuidores de serviços de documentação, tiveram e têm um papel fundamental.
São estas a instituições que permitem que a pesquisa em imprensa periódica, como fonte de investigação histórica ainda hoje seja feita, e cada vez com maior frequência, tornando-a numa das tipologias mais relevantes no que toca à ligação ao passado.
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