As pessoas nascem todas a pensar que são Deus; nalgum aspecto da sua vida…
Eu, por exemplo, acho que sou incansável; não preciso dormir, de descansar, de relaxar… E, para além disso, acho ainda que, aquilo que não tenho, posso construir com as minhas mãos.
Há pessoas que entendem que não precisam de ir ao médico. Para elas, as doenças curam-se sozinhas ou com automedicação; porque elas é que sabem o que têm…
Outros, há, que não reconhecem o direito ao desacerto emocional; acham sempre que conseguem resolver aquele pensamento insistente, como um disco riscado, que os faz sentir mal e lhes tira a vontade de tudo…
E ainda há gente que se sente responsável por todos os que os rodeiam. Para estas pessoas a sua missão no mundo é resolver todos os problemas dos outros; fazer os outros felizes, muitas vezes, às suas próprias custas…
E há depois os casos clínicos – mais graves – de distúrbios de personalidade…
Revêm-se nalguma destas situações?
Estou certo de que sim…
Quanto aos casos clínicos, pouco posso dizer. Mas quanto aos restantes, gostaria de lembrar-vos – a todos – que são apenas humanos; limitados nos conhecimentos, e capacidades, e incapazes de chegar a determinados pontos do saber… Por isso, acabem com essa treta de pseudo-super-autosuficiência…
Se estiverem doentes, vão ao médico!
Eu, cá por mim, hoje, vou deitar-se cedo; e, da próxima vez que precisar de alguma coisa que não tenha, vou comprar.
Imagem de Michael Anthony Ingram por Pixabay