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O comércio e as trocas de longa distância na Alta Idade Média

O comércio e as trocas de longa distância na Alta Idade Média

A economia medieval era determinada pelas leis de procura e oferta de trabalho, bem como de serviços e bens. Por sua vez, estes eram determinados pelas oscilações demográficas e pelo clima. Apesar da economia da Europa medieval ser essencialmente agrária, o comércio desempenhava um papel fundamental na circulação de bens de primeira necessidade, em termos locais e regionais, e de luxo, no tocante ao comércio de longa distância.

Segundo Henri Pirene, o comércio pode ser visto de um ponto de vista cronológico. No início da época medieval era a continuação daquele da Antiga Roma, pois o mediterrâneo continuava a servir como rota Este-Oeste para vários artigos, nomeadamente as especiarias, as tâmaras, o azeite, o papiro, os metais preciosos e os escravos. A sua interrupção deveu-se às ofensivas muçulmanas, tendo apenas continuado na época de Carlos Magno, mas igualmente acompanhado de declínio à medida que a economia que se tornava mais agrária.

Entre o século II e IV, a densidade populacional diminuiu com a ida das populações para locais mais altos e defensáveis, no final do período romano assiste-se ao declínio da moeda, embora nunca tenha conhecido uma grande expressão e optou-se pela troca de géneros, e a partir do século VII, o traçado da urbanização altera-se, manifestando uma alteração de organização.

No século VII, a conquista lombarda do Norte da Itália, dinamizou o comércio a Ocidente e a circulação da moeda de ouro bizantina. Os mercadores gregos a moverem-se para territórios controlados pelos francos e seus clientes, e as colónias de judeus, gregos e assírios a estabelecerem-se nos portos da Gália (Marselha e Espanha visigoda). Entretanto, depois de 600, com o declínio das cidades de Provença, esta actividade económica dirige-se para Norte, onde se cunharam moedas de prata.

As rotas comerciais faziam-se por meio fluvial e estradas, sendo as principais as de entre os rios Ródano e Saône, onde se estabeleceram portagens. Châlons dava acesso aos rios Sena e Mosa, e daí para a Inglaterra e para a Frísia. O comércio ao longo do Reno declinou em detrimento dos portos do mar do Norte. No século VII, o comércio entre a França, a Frísia (da Flandres à Saxónia) e a Inglaterra, feito através do canal da Mancha, desenvolveu-se. A feira de Saint-Denis é prova desta afirmação, onde os comerciantes desses países poderiam efectuar trocas no decorrer de quatro semanas.

A Inglaterra integra a rota do comércio bizantino por renovação de laços com o Papa Gregório, Quentovic assume um papel de relevo no estuário do rio Canche, o rio Mosa foi vital para o comércio de escravos, de que Verdun era o principal polo. O comércio de escravos declina na época de Carlos Magno e reaviva-se nos séculos IX e X com a colonização do território eslavo, o que também levou ao desenvolvimento de relações comerciais com os francos. 

NICHOLAS, D. (1999). Transformações na Terra. In A Evolução do Mundo Medieval. Sociedade, governo e pensamento na Europa: 312-1500. Lisboa, Publicações Europa-América.

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